Quem mudou o aikido após a grande guerra e por quê? – por Stanley Pranin

morihei-ueshiba-all-japan-demo-750x350Autor original: Stanley Pranin – Aikido Journal.

Em outras ocasiões temos trazido artigos de Stanley Pranin, entre outros, sobre a historia do aikido, e a profunda transformação que se operou no pós guerra, implementado pelo Hombu Dojo. Nesta ocasião gostaríamos de trazer mais um artifo sobre esta matéria, escrito pelo mesmo autor, e ele dá a sua opinião fundamentada sobre o porque se produziu tamanha mudança na prática, inegável do ponto de vista técnico, marcial e de organização. Uma proposta provocadora, e que alguns parece bastante irritante, mas que merece ser levada em conta.
La reactivación del Aikido después de la Segunda Guerra Mundial

A reativação do aikido depois da segunda guerra.

O praticante de aikido típico ( e nisto incluem-se muitos instrutores) só tem uma remota ideia e noções sobre como a arte criou suas raízes no Japão e no estrangeiro, depois da segunda guerra mundial. Isto não é devido a falta de disponibilidade de informações sobre o tema. E possível estudar os acontecimentos deste período, mas a informação necessária está dispersa em múltiplas fontes, que requerem uma capacidade de leitura em Japonês, inglês e em outro idiomas europeus.

Sem dúvida, a internet tem facilitado esta tarefa, mas é difícil obter uma perspectiva básica de como ressurgiu o Aikido, pela primeira vez no Japão e logo no estrangeiro., depois do acontecimentos catastróficos da grande guerra. Existem poucos incentivos para os estudiosos realizarem a investigação necessária. Há somente um numero relativamente pequeno de pessoas que estão interessadas nestes assuntos históricos relacionados ao aikido.

Quais foram os promotores desta reativação?

É uma questão simples identificar as principais personalidades responsáveis pela aparição do Aikidô como uma arte marcial moderna, dado que poucas pessoas tiveram participação nos primeiros anos da arte. Aqui temos uma lista: Kisshomaru Ueshiba, Koichi Tohei, Gozo Shioda, e Kenji Tomiki. Estes nomes serão imediatamente reconhecidos pela maioria dos praticantes de aikido com experiência. Há outros que desempenharam um papel de importância variável, mas estas quatro figuras se destacam como as figuras chave que deram forma ao aikido do pós-guerra. Entre os quatro, Kisshomaru Ueshiba y Koichi Tohei, foram de longe os mais influentes durante os anos 50 e 60. Não obstante, nenhum deles tinha uma ampla experiência em artes marciais antes de entrar em seus papeis de liderança dentro da aikikai.

Dado que é fundamental para minha tese, permita referir-me aos antecedentes de artes marciais de cada um destas quatro pessoas:

  • kisshomaru-ueshiba-c1962Kisshomaru (1921-1999): De constituição frágil de uma criança, Kisshomaru, filho do fundador Morihei Ueshiba, estudou kendo quando pequeno. Ele começou a praticar Aiki Budo regularmente com seu pai após o abandono de seu cunhado Kiyoshi Nakakura da família Ueshiba em torno de 1937-1938. A primeira evidência de que Kisshomaru estava sendo preparado como sucessor do fundador é o fato de que o mais jovem dos Ueshiba aparece em 1938 no livro “Budo” como um dos uke de Morihei. Naquele tempo, o núcleo mais talentoso entre os uchideshi do período pré-guerra tinha deixado o Kobukan Dojo, principalmente devido à mobilização para a guerra no Japão. Kisshomaru foi uma dos poucos jovens que ficaram no Kobukan Dojo. Os outros eram Gozo Shioda e Zenzaburo Akazawa. Apenas cinco anos depois, Kisshomaru tornou-se o chefe do dojo de seu pai quando Morihei retirou-se para Iwama, no final de 1942. Durante e depois da guerra, o treinamento de Aikido de Kisshomaru era irregular devido às condições extremas no Japão que foram desfavoráveis para a prática de artes marciais. Era empregado durante o dia em uma empresa de valores mobiliários em Tóquio e treinou e ensinou em tempo parcial Aikido quando seu horário o permitia. Durante os primeiros anos, viveu em Iwama e se deslocava para Tóquio, mas mais tarde mudou-se de volta para o dojo de Ueshiba na capital para cuidar de seus assuntos e encurtar o trajeto para o trabalho. Durante este tempo, várias famílias que foram bombardeadas estavam vivendo no dojo. Em 1955, como o Aikikai Hombu Dojo estava revivendo, Kisshomaru largou o emprego e começou a dedicar tempo integral para instrução e gestão no dojo. O tempo total de sua formação com o pai nos períodos pré-guerra e pós-guerra pode ser estimado em 7-8 anos. A partir de 1955 até a morte do fundador, em 1969, Kisshomaru estava ocupado com seu programa de ensino e responsabilidades de gestão, por isso é uma suposição qualquer cálculo da duração do seu estudo com o pai
  • koichi-tohei-hawaii-c1960-02Koichi Tohei (1920-2011): Tohei começou a praticar judô quando criança e continuou treinando até chegar a faculdade alcançando determinado nível de dan. No início de 1939, quando ele era um estudante na Universidade de Keio, Tohei entrou no Ueshiba Dojo e aprendeu com Morihei por um período de cerca de 18 meses antes de entrar no Exército Imperial Japonês. Após o seu repatriamento no fim da guerra, Tohei retornou à casa de sua família em Tochigi e iniciou um projeto de negócio, que falhou. Ele encontrou tempo para viajar regularmente para Iwama para receber treinamento adicional de Ueshiba durante os anos 1940. Tohei, finalmente, começar a passar mais tempo em Tokyo a partir dos anos 1950, antes de sua partida para o Havaí em 1953. Podemos estimar o seu tempo estudar com Ueshiba em três ou quatro anos, incluindo sua educação e formação em Iwama e Tóquio em tempo de guerra. O próprio Tohei relatou que ele aprendeu com o fundador apenas cerca de dois anos.
  • shiodalGozo Shioda (1915-1994): Shioda se inscreveu no Kobukan do Dojo Morihei em 1932, depois de estudar judô e kendo. Ele continuou a sua formação no Dojo durante o auge do Kobukan continuamente por cerca de oito anos, parte do qual residia como um estudante interno. Seus parceiros de treinamento incluiram muitos dos mais famosos alunos de Morihei Ueshiba do período pré-guerra. Embora Shioda não tenha ido para o exército, ele serviu durante a guerra como um civil em várias atribuições na China e Sudeste Asiático. Após a guerra, Shioda passou um mês de prática intensiva em Iwama com Morihei em 1946. Como Shioda vivia em Tóquio, teve posteriormente contato esporádico com Ueshiba, durante visitas a Iwama – um passeio de trem de cerca de duas horas. Shioda foi um dos primeiros a começar ativamente o ensino do Aikido depois da guerra Aikido, em Tóquio, e logo estabeleceu sua própria escola chamada Yoshinkan Aikido. A estimativa generosa do tempo total de Shioda estava estudando com Ueshiba seria cerca de nove anos.
  • kenji-tomiki-aikido-kyogi-1Kenji Tomiki (1900-1979):  Tomiki aprendeu judô quando criança e continuou sua prática enquanto ele era um estudante na Universidade de Waseda, tendo interrompido por quatro anos os estudos devido a uma doença. Um grande homem pelos padrões japoneses, era um competidor de nível superior, um quinto dan durante os anos 1920 e inclusive competiu diante do imperador no torneio Tenranjiai em 1929. Tomiki foi fortemente influenciado pelas opiniões de Jigoro Kano com quem desfrutou de uma relação estreita. Tomiki ele começou a aprender Daito-ryu Aikijujutsu com Morihei Ueshiba em 1926. Ele foi formado por Ueshiba em Tóquio dentro e fora do dojo enquanto trabalhava como professor em na prefeitura de Akita. Em 1936, mudou-se para a Manchúria controlada pelos japoneses, onde foi empregado como um instrutor de artes marciais através de suas conexões com Morihei Ueshiba. Tomiki foi p com um 8º dan de Ueshiba em 1940. O tempo total de estudo em Ueshiba totalizaram talvez 8-10 anos.

Deixando para trás o legado de Morihei

Gozo Shioda foi o primeiro a começar a ensinar Aikido após a guerra publicamente devido a seu trabalho fornecendo segurança em várias instalações de empresas durante o “expurgo vermelho” da década de 1950. A Aikikai ainda estava tentando sobreviver com baixa assistência e a contínua presença de famílias deslocadas pela guerra que viviam no dojo. Um evento histórico ocorreu em 1954, quando uma demonstração de artes marciais patrocinada pela “Association of Life Extension” atraiu cerca de 15.000 espectadores. Shioda fez uma demonstração dinâmica que atraiu a atenção de vários clientes ricos e logo foram feitos planos para construir um dojo. Em 1955, o primeiro dojo da Yoshinkan Aikido foi aberto e serviu de base para a expansão deste estilo de Aikido em empresas e departamentos de polícia. Um ponto interessante é que um punhado de soldados norte-americanos estava entre os primeiros estudantes de Aikido Yoshinkan e trouxeram a arte de volta para os EUA a partir de meados dos anos 1950. Shioda permaneceu com boas relações com o Aikikai, mas ele não viu muitas vezes Morihei. Ueshiba estava retirado em Iwama e correspondia a ele e a geração mais jovem dos estudantes de Morihei a responsabilidade de espalhar a arte para o público em geral.
A repatriação de Tomiki para o Japão foi adiada até 1948. No ano seguinte, tornou-se professor em sua alma mater, a Universidade de Waseda, chegando a ser diretor do clube de judo no departamento de educação física. Suas atividades estavam focadas na universidade, mas também continuou a ensinar na Aikikai de forma semi-regular. Isso durou até 1958, quando Tomiki atraiu a ira de Morihei e os líderes Aikikai através da introdução de uma forma competitiva de Aikido da Universidade de Waseda, algo anátema para os princípios mais profundos de O-Sensei. Ele poderia ter silenciado a crítica da sua ação abandonando o uso do nome “Aikido”, mas preferiu mantê-lo. A partir desse momento, tornou-se pessoa indesejada no Aikikai. Por parte de Tomiki, embora ele tivesse um profundo respeito por Ueshiba como um artista marcial, ele pensava que os métodos de ensino Morihei eram antiquados e pouco científicos. Ele preferia a abordagem de seu mestre Jigoro Kano no ensino de artes marciais e sentiu que a competição era uma ferramenta importante e um meio para testar o verdadeiro progresso contra um adversário que não coopera.
A situação de Kisshomaru era extremamente complexa. Como o filho do fundador, era esperado que seguisse os passos de seu pai e gestionasse o curso do desenvolvimento do aikido depois da guerra. Quanto à habilidade marcial, ele não tinha experiência e seu temperamento era tal que rejeitou um modelo de formação rigorosa em favor de formas mais suves de prática, que se assemelhavam mais a um sistema de exercício cardiovascular. Da mesma forma, ele se absteve de usar uma linguagem esotérica de para expressar sua visão da arte. Por outro lado, ele publicou escritos e discursos publicados em nome de seu pai, eliminando as referências religiosas desconhecidas. Kisshomaru considerou essas ações como uma reforma e melhoria do Aikido tornando a técnica mais apropriada para a sociedade japonesa do pós-guerra e, portanto, mais fácil de espalhar internacionalmente.

Koichi Tohei foi contundente em sua crítica de Morihei Ueshiba. Claramente ele declarou em entrevistas publicadas que a coisa mais importante que ele aprendeu com a sua formação em Aikido com o fundador foi a importância de “relaxamento”. Tohei desenvolveu seus métodos baseados em ki que incorporam elementos do sistema de saúde Tempu Nakamura e práticas de meditação Ichikukai. Ele criou o que era na verdade um sistema híbrido que combina as técnicas básicas de Aikido, com ausência de ênfase marcial, com práticas adicionais extraídas de seus estudos fora do aikido depois da guerra. Tohei também acreditava que as explicações místicas sobre Aikido estavam cheios de metáforas incompreensíveis e que falar incoerentemente retardaria o crescimento futuro da disciplina.

A partir das observações acima, deve ficar claro que todas essas quatro figuras-chave desapreciaram algumas partes do legado do Aikido de Morihei. Kisshomaru e Tohei, acima de tudo, abandonaram as técnicas marciais do fundador, a teoria do Budo e metodologia de ensino. Todos Eles c hegaram a conclusão que a linguagem e explicações arcanas sobre os principais conceitos de Aikido Morihei eram inadequados para os tempos modernos. No entanto, com exceção de Tohei, todos eram cuidadosos em suas críticas, fazendo-as em trmos diplomaticos enquanto mostravam respeito exteriormente.

Neste ponto, gostaria de focar a atenção nas ações de Kisshomaru e Tohei nos anos 1950 e 1960. A razão para isso é que estes dois formaram a espinha dorsal da organização Aikikai a qual a grande parte dos praticantes do aikido em todo o mundo após a guerra deve obediência até hoje. Em artigos anteriores, eu avancei na tese de que a presença e participação de Morihei nas atividades do Aikikai durante este período foram limitadas e irregulares, e ele não desempenhou um papel na gestão do dojo ou da organização. Evidência histórica abundante existe para apoiar este ponto de vista. Por muitos anos, Kisshomaru e Tohei atuaram como uma equipe. Casados com irmãs e, assim, compartilhando de um vínculo de sangue, ambos tiveram seus seguidores dentro do Aikikai e exerciam uma um poder de controle sobre as decisões-chave tomadas pela sede.

O aikido troca de marcha seguindo o sinal dos tempos.

Kisshomaru, desde o final dos anos 1950, e Tohei no início de 1960, começou a publicar um fluxo constante de livros de Aikido, na maior parte técnica. Estas primeiras publicações estabeleceram o padrão de fato para o ensino do Aikido, em que o currículo dos membros do Aikikai se baseiam. Instrutores jovens enviados pela Aikikai a muitas partes do mundo estenderam essas mesmas técnicas e métodos de ensino no exterior. Outros instrutores de responsabilidade dentro da Aikikai, é claro, tinham alguma influência, mas nenhum deles poderia rivalizar com Kisshomaru e Tohei em importância ou visibilidade.
Quais foram os métodos de treinamento Tohei e Kisshomaru? Ambos estilos de treinamento tinham aquecimentos, alguns dos quais se sobrepõem, incluindo exercícios herdados de Morihei. Houve um núcleo de cerca de 50 técnicas de Aikido com mãos vazias que foram os mais comumente praticados e que têm sido utilizados para os exames. A maioria das técnicas eram realizadas de maneira fluida, e raramente nage fazia as técnicas a partir de uma posição estática. Embora às vezes mencionado de passagem, as práticas comumente usado em artes marciais, tais como atemi e kiai caíram em desgraça no sistema Aikikai, e não são recomendados no treinamento. O cerne da questão era que todo o praticante que tentou usar um atemi forte ou kiai era repreendido, ou inclusive era convidado a deixar o dojo.
Tenho praticado em ambos os sistemas desde 1963 e têm um conhecimento de primeira mão das condições de formação que prevaleciam naqueles dias. Os ataques tendem a ser lentos, superficiais e carentes de compromisso. Os adultos mais velhos, por vezes existiam aos jovens, o que era fácil de fazer por causa dos ataques descopromissados. A implementação bem sucedida de algumas técnicas era completamente dependente desse tipo de interação descuidada entre uke e nage. Ataques repentinos e fortes eram vistos como desafios e provocavam uma reação irada de nage, que costumavam recorrer à força física, na tentativa de forçar uma técnica.
O uso de armas (de ambos, ken e jo) foi mínima. Defesas contra várias armas às vezes era ensinado em preparação para exames avançados. Como poucas pessoas tiveram treinamento no uso de armas, os ataques eram lentos, fracos e mal executados.

Pode-se pensar que a formação não era vigorosa. Pelo contrário, pode ser muito estressante, especialmente no estilo de Kisshomaru. No entanto, a severidade da formação em tais situações era devido a exigências cardiovasculares motivadas por um movimento contínuo, e uma série de quedas durante a prática. Eu achei que era particularmente difícil para treinar desta forma, em condições práticas de calor e umidade.
Para a maior parte, a formação no dojo marcial não insiste na integridade marcial na técnica. Na verdade, uma tentativa de mostrar uma maneira de pensar de acordo com o Budo durante a prática teria sido recebida com resistência e ridicularizado como “contrária aos princípios do Aikido.” A falta de atemi, kiai e treinamento com armas anteriormente mencionados acima prova este estado de coisas. Temos material histórico desde 1962 de ambos os métodos de ensino tanto de Kisshomaru quanto Tohei, que os leitores podem consultar-se para tirar suas próprias conclusões.
O uso dos métodos paralelos de formação por Kisshomaru e Tohei dentro da Aikikai e escolas filiadas chegou a um fim abrupto em maio de 1974, quando Tohei desligou-se da escola. Eu tenho escrito muito sobre este grande evento em outras oportuindades para aqueles que desejam aprender sobre este importante episódio da história do Aikido.

O Aikido de Kisshomaru se converte no padrão Aikikai

aikikai-hombu-dojo-buildingOs métodos de Kisshomaru foram rapidamente adotados como padrão para a instrução no Hombu Dojo após a saída de Tohei, embora instrutores seniores da Aikikai continuaram a ensinar como anteriormente. O filho de Kisshomaru, o atual Doshu Ueshiba Moriteru, foi preparado sob a tutela de seu pai, como os jovens instrutores que aderiram à Aikikai neste período. Com algumas modificações, o sistema Kisshomaru continua hoje como o currículo oficial da Aikikai.
Isso, em poucas palavras, é uma descrição dos princípios do Aikido no Japão após a guerra. Muitos criticaram Kisshomaru, Tohei, e outros mestres desta vez pela disseminação de padrões técnicos medíocres que fizeram do Aikido uma caricatura de uma arte marcial. Tais comentários são comuns entre os críticos do Aikido de outras artes marciais, e pode ser ouvidos até mesmo dentro da comunidade aikidoka. Claro, todo o debate é subjetivo, e os pareceres cobrem um amplo espectro.
Para ser justo, devemos lembrar as circunstâncias em que o Aikido deu seus primeiros passos no Japão e começaram a ser exportados para países estrangeiros. A sociedade japonesa rejeitou o espírito militarista e nacionalismo radical que levou a nação a uma guerra suicida. Portanto, qualquer coisa associada com o nacionalismo e militarismo antes da guerra, o que naturalmente inclui artes marciais, foi recebido com ampla desaprovação social.
Estudantes de Morihei que reviveram a arte após a guerra tinham que manter um “low profile”*, combater a pobreza galopante, as forças de ocupação, e uma opinião pública negativa. Isto era a verdade de todas as artes marciais. Uma das maneiras em que algumas artes tentaram ultrapassar estas circunstâncias foi enfatizar ou introduzir um componente competitivo. Eles poderiam, então, dizerem que estas artes tornaram-se esporte, e, portanto, não se destinavam a ser utilizados para a propaganda de guerra, como foi o caso antes e durante a guerra.
Tendo em conta os princípios fundamentais da arte apresentados por Morihei, a introdução de competição não era, obviamente, uma opção no caso do Aikido. O que foi feito no lugar, dentro do sistema Aikikai, era enfatizar o pedigree marcial das técnicas do Aikido e evitar condições de prática que levassem ao cultivo de um forte espírito marcial. Cerca de 60 anos mais tarde, entretanto, ele ainda está formando um grande número de profissionais dentro do sistema Aikikai usando este método de ensino, que não é marcial na natureza e não reflete a visão de Aikido concebido pelo fundador da arte, Morihei Ueshiba O Sensei.

(traduzido do espanhol da publicação de aikido en linea)

* low profile: Expressão utilizada para pessoa discreta, avessa a escândalos, de atitudes, modo de vestir e opiniões moderados. Quem não gosta de chamar atenção para si.