Um tópico muito importante e muito negligenciado na prática diária é como um aikidoca deve sentar-se em seiza. Embora cada escola, linha e tradição tenham seus próprios costumes e maneirismos, a maneira correta de praticar seiza no Aikidô é a mesma que a forma correta de praticar em pé: Seguindo os princípios de hanmi, hitoemi, kankagoshi… roppo.
Ao sentarmos em seiza não devemos cruzar os pés um por cima do outro; isso criaria uma grande vulnerabilidade perante ataques de qualquer tipo. Em ushiro-waza, bastaria o uke pisar com um dos seus pés em ambos os nossos pés. Todo o resto seria enfeite. Em mae-waza (suwari-waza, hanmi-handachi-waza…) qualquer movimento seria extremamente lento, e qualquer ataque do uke seria imediatamente efetivo. Não devemos nem cruzar os polegares, como é feito em diferentes linhas ou tradições. E pela mesma razão.
Quando sentamos em seiza devemos ter os polegares se tocando, mas sem se sobrepor. Os calcanhares separados, criando um buraco onde colocamos nosso o-shiri (nossas nádegas), de maneira que os calcanhares fique ao redor de nosso apoio. Desta maneira nosso centro está o mais perto possível do solo, criando estabilidade sem comprometer a mobilidade. Isto é muito importante.
Nossos joelhos não devem se encostar. Isto, de novo, limitaria nossa estabilidade e mobilidade. Os joelhos devem estar separados de maneira que formem um triângulo equilátero com elas. Separá-los ainda mais, mesmo que isso nos desse mais estabilidade, seria um problema sério para nossa mobilidade. Embora cada corpo seja diferente, a regra geral seria a do triângulo equilátero.
Se analisarmos geometricamente, um triângulo equilátero possui uma abertura de 60º. Isto nos dá a capacidade de sair na diagonal (e imediatamente) a 30º da linha de ataque, ou diretamente contra ele (se anteciparmos), ou nos harmonizando com ele (se estivermos atrasados). Isto é o princípio do roppo, as seis direções. Além disso, nos permite mover em seiza, não em shikko (embora, é claro, exista esta possibilidade e esta posição não a negue – com relação a isso podemos falar em outro momento)
Publicado originalmente em espanhol por Alejandro Villaneuva em Aikido en linea – Tradução de Rodrigo Sousa e Xmena Saad Olivera.