Exame de faixa

No dia 4/12 foi realizado o Ultimo exame de faixas do ano.

Além dos alunos de ex-alunos e familiares de nosso alunos na platéia.
Parabéns a todos os alunos promovidos e ao nível técnico apresentado, fruto de muita dedicação.

Este ano de 2010 tivemos presença de alunos estrangeiros que souberam do dojo de lugares como Alemanha e Uruguai e que vieram prestigiar nosso trabalho.

Alguns alunos não ficarão no Brasil e deverão retornar aos países de origem. Outros ficarão em definitivo. Mas todos fazem parte da historia de continuo sucesso de nosso dojo. Este sucesso é  graças a adesão de uma turma tão espacial de alunos.

Lamentamos que alguns alunos por problemas pessoais envolvendo trabalho e saúde não tenham podido participar deste exame. Teríamos então mais do dobro dos alunos examinados. Mas estarão nos próximos, é certo.

Jorge Lobato recebendo a faixa

Lista de Aprovados (em ordem alfabética)

Daniel Salomon

Fabiana A. Lima

Jorge Vaz Lobato

Lucas Braga

Welligton Maia

Um olhar de senso comum para o Aikido

por Yoshio Kuroiwa

Traduzido por Jefferson Bastreghi

Publicado originalmente em Aiki News (February 1985)

Como não há competições no Aikidô, nós devemos avaliar cuidadosamente a natureza de nossa prática. O lado espiritual da prática também é importante, mas se nós o enfatizarmos demasiadamente, o nosso treinamento se tornará idealista por natureza e o aspecto realista será negligenciado. Kata (forma) e waza (técnica) devem ser corretamente reconhecidos na prática.

De Kata para Waza

Kata deveria ser praticado seguindo certa ordem ou método pré-arranjado, o qual é baseado numa relação racional (rial). Desta forma, nós não estamos caindo porque estamos sendo arremessados, mas sim praticando um kata que foi criado para sermos arremessados. Quando nós dominamos um movimento racional (kata), ele é expresso como um movimento natural (waza). Isto é, se você se torna hábil a executar um kata espontaneamente como resultado de prática repetida, você não está mais executando um kata e sim um waza. Nós aprendemos através do kata e nos tornamos inconsciente do fato. Em outras palavras, enquanto os movimentos necessitam de nossa atenção, eles são kata, quando os kata se tornam espontâneos, eles se tornam waza.

Nós praticamos inicialmente os kata básicos (kihon waza, técnicas básicas) para aprender os movimentos do Aikidô. A base é o padrão (o modo de ver e pensar) e uma perspectiva de senso comum para corretamente observar as coisas. Nós devemos entender a essência dos kata, não a aparência exterior dos mesmos.

Por exemplo, em um quebra-cabeça envolvendo peças de madeira que se encaixam, sabemos o lugar (estabilidade) de cada peça entendendo sua forma e natureza. Do mesmo modo, nós podemos expressar kata, os quais são comuns a todas as pessoas, mostrando as partes básicas comuns da estrutura do corpo humano (por exemplo, pontos como os cotovelos só se dobram para dentro) e devemos usar estas partes básicas racionalmente. Pode parecer exagerado usar os termos “racional” ou “lógico”, mas estes conceitos são somente um assunto de senso comum e não precisam de explicação.

Enquanto persistirmos em ver kata superficialmente, nós iremos começar a pensar que eles são de importância especial. Não podemos, sistematicamente ou racionalmente, explicar qualquer kata meramente aprendendo de uma maneira repetitiva sem um entendimento do porquê certos kata são considerados básicos. O que nós adquirimos aprendendo só repetitivamente é a preservação da forma (a transmissão da forma externa) e não a habilidade de criar (compreensão da essência do kata). Em outras palavras, nós não entendemos o quê estamos fazendo.

Base não é algo a ser praticado, mas a ser entendido. O que ela demonstra é a mecânica de como desequilibrar um oponente e criar uma oportunidade para a aplicação da técnica. Se você entende isso de forma errada significando liderar e guiar, irá passar a acreditar que alguém pode liderar o seu oponente circularmente. Isto acontece porque estamos inconscientes do fato de que liderar um parceiro circularmente implica em separação e não notamos que a prática é uma expressão de yin e o uso do poder em Aiki envolve empurrar.

Kata: Uma ferramenta para o treinamento

Nos treinamentos nós praticamos muitas técnicas, mas elas são todas variações de uma posição única. Por esta razão, ikkyo, shihonage e outras técnicas são a mesma coisa. A razão pela qual elas parecem diferentes é porque somente a aparência externa delas é vista. Kata são a expressão de um número de variações através de movimentos a partir de uma única posição e são nada mais do que uma ferramenta para treinar o corpo a se mover livremente. A idéia que um é todos e todos são um não é somente uma matéria espiritual. Isso é válido para nossos corpos também.

Não é que haja um método diferente dependente da técnica, por exemplo, ao dizer que ikkyo é praticado de um modo e tal e tal técnica de outro modo. Elas são todas manifestações de um único movimento. Podemos dizer que praticamos vários kata a fim de entender um único movimento original. Não é que ikkyo e shihonage têm valor como técnicas básicas. Nós as praticamos somente como meios convenientes de entender o yin e o yang de uma posição (fundamental).

A prática do Aikidô é uma prática yin. Usando Judô como um exemplo, é muito mais a prática com parceiro do que randori (prática livre). Prática yin representa primariamente uma seqüência de prática combinada. Desta forma, a mudança no treino da recepção do ataque à aplicação da técnica é somente possível onde existe uma diferença em habilidade. Quando a habilidade de um oponente é superior, isto não é possível. Este é um ponto-chave na prática.

Waza (movimento natural) são expressados de acordo com o nível da pessoa e a essência dos mesmos (técnicas) é manifestada diferentemente a cada vez. Isto se dá porque o que nós naturalmente possuímos (nossa habilidade como é posta para fora através da prática repetida) é expresso através de certas relações (formas).

Imersão na cultura japonesa no Recife

O Recife Antigo respira a cultura oriental neste domingo. A partir das 10h, seguindo até as 22h, o público poderá experimentar um intenso mergulho nas tradições nipônicas com a realização da 14ª Feira Japonesa do Recife. O passeio começa ao atravessarmos o portal (torê) vermelho, instalado no começo da Rua do Bom Jesus, que funciona como um quartel-general do evento. A abertura da feira conta com uma cerimônia que costuma atrair filas de interessados, a kagami biraki, ou quebra do barril de sakê, com a presença do cônsul do Japão na capital pernambucana, Akira Suzuki, e do prefeito do Recife em exercício, Milton Coelho.
Kasa odori (dança do guarda-chuva é a principal atração Foto:Reproducao da Internet / Divulgação

Em seguida, depois de passear pelas centenas de barracas de artesanatos e comidas típicas armadas nas proximidades, tendo contato com origamis (dobraduras em papel), bonsais (miniaturas de árvores), temaris (bolas decorativas de linha), ikebanas (arranjos florais), por volta das 11h começam as apresentações culturais, no palco montado na Praça do Arsenal. A principal atração este ano é o grupo da Associação Cultural Tottori Kenjin do Brasil, vindo de São Paulo, com a dança kasa odori, ou dança do guarda-chuva. Mas também têm espaço garantido o som forte e intenso dos tambores japoneses, os taikos, do grupo Ren Taiko Recife.

Ao meio-dia, é a vez das crianças tomarem conta do palco, com performace de coral infantil da Escola de Língua Japonesa da Associação Cultural Japonesa do Recife (ACJR) e da Banda Musical 25 de Setembro, de Limoeiro, além da Hoyo Koteki Band, da Igreja Tenrikyo. Às 15h30, os golpes e movimentos das artes marciais poderão ser vistos, através da participação de academias como Nagai e Associação Pernambucana de Aikido.

Às 18h, no auge da feira, a expectativa é que o Bairro do Recife esteja lotado de visitantes, que poderão conferir novamente as atrações culturais, numa apresentação mais demorada que a da manhã. Às 19h30, mulheres da comunidade japonesa mostram seus kimonos de verão num desfile e, na sequência, vem a dança bon odori, conhecida como a ciranda japonesa.

´Este é o Ano da Gastronomia no Recife, por isso escolhemos o sushi como tema da feira`, explica Girley Antonio Brazileiro, presidente da Associação Nordestina de Ex-Bolsistas e Estagiários no Japão. ´O sushi é uma iguaria especial no Japão, que preparamos em dias de eventos especiais, quando comemoramos aniversário ou passamos num exame importante. É nossa comida mais conhecida mundialmente`, detalha o cônsul, Akira Suzuki.

Tatiana Meira
tatianameira.pe@dabr.com.br

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Edição de domingo, 28 de novembro de 2010