Começar e terminar

É consagrada a forma do círculo no Aikido. Ela carrega informação sobre a infinitude, com sua ausência de bordas e limites, bem como a noção de equilíbrio, estando todos os pontos igualmente distantes do centro. No entanto, no processo de construção dessas circularidades, podemos tratar de fases com início e fim.

Um dos exemplos disso são o começo e término de cada aula. Em nosso dojo, o ritual de início e fim de cada aula segue um procedimento específico. Com efeito, os praticantes sentam em seiza, virados para o kamiza dispostos lado a lado, formando um triângulo com o kamiza no vértice a frente. A disposição dos praticantes é tal que, tendo o kamiza como referência na frente, os alunos mais graduados ficam à direita e os menos graduados à esquerda. O sensei, então, se aproxima do kamiza pela esquerda, se posiciona em seiza, e se dirige para a frente do kamiza voltado aos praticantes. Após isso, o sensei gira e fica de frente para o kamiza e então por três vezes levanta as mãos em formato de prece e cumprimenta o kamiza. Na última vez, são executadas duas palmas, ao mesmo tempo. Tanto o levantar das maos quanto as palmas são executadas igualmente por todos os praticantes. Ao fim do treino, o mesmo ritual é repetido.

Vemos este processo de início e fim também nos movimentos praticados durante os treinos. Isso porque, quando os parceiros se dispõe para treinar, em geral em duplas, tanto no início quanto no final são feitos os cumprimentos apropriados. Respectivamente, em pé, para tachi-waza, e em seiza, para suwari-waza. Em ambos os casos, a pessoa mais graduada começa a prática da técnica como nage/tori e, equivalentemente, a pessoa mais nova é quem deve se aproximar, para realizar o ataque. Este procedimento de cumprimento é repetido várias vezes ao longo do treino, manifestando a repetição desse padrão de começo e término.

E, assim, vemos que, em diversas ocasiões durante a prática e em diferentes partes do dojo, há “mini-circulos” através de mini sequenciamentos de inicio-fim, repetidos várias vezes ao longo da prática. Deste modo, ao perdermos a noção de qual é a primeira circularidade, conectamos todas estas sequências em um grande círculo. E que consagramos em nosso dia-a-dia como hábitos circulares de cumprimento e desejo de bem-estar. Assim como é consagrada a forma do círculo no Aikido.

Reverência ao entrar e sair do tatame

Existem diversos rituais que fazem parte da vida de um dojo. Aqui não queremos definir o que é certo ou errado, haja visto a individualidade de cada espaço, e nem tampouco vamos falar da ritualística enquanto sacralização do espaço (vamos dedicar um texto inteiro só pra isso…). Mas, sem dúvida nenhuma, um dos rituais mais presentes em um dojo é a reverência ao kamiza.

O procedimento em si mesmo é simples, mas carrega muitos significados. Inicialmente é preciso reconhecer a existência de um kamiza. Este determina uma referência no qual corpo e pensamento devem fazer reverência. Em nosso dojo, o kamiza consta um quadro com a foto de O-sensei Morihei Ueshiba e um quadro com o conceito Aikido escrito.

Para além da liberdade individual, e outras ritualizações, é obrigatória a reverência ao entrar e sair do tatame. Existem duas possibilidades para esta reverência. Uma é a reverência sentada, onde a pessoa fica em seiza e procede do modo usual, ou seja, sentado, com os joelhos juntos, dedão do pé direito sobre o dedão do pé esquerdo, coluna ereta e com as mãos apoiadas sobre a perna, é visualizado o kamiza. Em seguida, a mão direita e esquerda formam um triângulo, no qual a cabeça toma como referência, e a coluna é inclinada, mas mantida reta. Por fim, a coluna é novamente levantada e as mãos retornam à posição original. Outra possibilidade, ainda na entrada e saída do tatame, é a reverência em pé. Neste, a pessoa se mantém em pé, com a coluna, pernas, braços, retos e juntos, e visualiza o kamiza. Em seguida, inclina o corpo, mantendo a coluna, braços e pernas retos. E, por fim, retorna a sua posição anterior.

Uma das características mais interessantes, desta reverência, é que ela deve ser realizada por todos aikidocas, e isso independe da graduação ou tempo de prática. Além disso, outras artes marciais também praticam esse ritual, ou algum semelhante.

De fato, estendendo esse ritual para fora do dojo, praticamente todas as pessoas praticam um ritual semelhante em suas casas. Pode ser na entrada, ao colocar a bolsa e mochila em um certo local ou mesmo na saída, como trancar a porta de uma maneira específica. Em todos os casos você está tornando o lugar mais familiar, se conectando com o espaço, em suma, tornando-o seu lugar. E assim deve se tornar o dojo para você. Ali você dispende parte do seu dia ou noite, sua vontade, sua dedicação. Bem como tantas outras pessoas o fizeram antes de você. E por todos esses motivos, e muitos outros, você o deve reverenciar.

Etiqueta

A vida de um dojo está conectada com sua capacidade de manter sua estrutura. E uma das características principais de sua estrutura é a etiqueta. Obviamente, não estamos falando do quadrado de tecido das roupas, ou classificadores de mensagens de Internet. Etiqueta, aqui, se refere a todas as ações que formalizam o ambiente social do dojo.

Note que dissemos ambiente social de forma ampla. Ou seja, a etiqueta está relacionada tanto com o trato entre os participantes, como também do trato das pessoas para com o espaço físico, do dojo. Para além da parte conceitual dessa relação, podemos tratar de regras práticas, tanto para o espaço, quanto para os parceiros, como segue:

Regras de etiqueta com o espaço:

– Respeite o espaço.

– Observe o cumprimento do horário de treino.

– Todo material de treino deve ser guardado após seu uso.

– Não é permitido pisar no tatame calçado nem andar sobre ele fora do período de aula.

– Mantenha o dojo limpo, incluindo o tatame, banheiro e dependências.

– Lixos orgânicos devem ser corretamente alocados e não podem se acumular.

– O uso do espaço fora do horário estipulado deve ser previamente permitido pelo dojocho.

– Após o treino as janelas devem ser fechadas, os ventiladores desligados e as luzes apagadas.

– Durante a aula coloque os chinelos encostados no tatame e virados para fora.

– Quando em espera, fique em seiza

– Ajude com a limpeza do espaço.

Regras sociais a serem seguidas no dojo:

– Respeite seu parceiro/sua parceira.

– Utilize um linguajar educado e humilde.

– Não grite nem fale palavrão.

– À parte das consequências do treino, mantenha seu corpo, e kimono, limpos e livres de mau-cheiro.

– Apare as unhas das mãos e pés.

– Trate a si e aos demais com respeito.

– Quando for se dirigir ao sensei não o chame ou grite, mas sim vá a ele e espere o momento apropriado.

– Perceba se há um incômodo com o parceiro/a, bem como diga, educadamente, se estiver incomodado/a com algo.

– Se o parceiro/a estiver lesionado/a em alguma parte do corpo, evite movimentos que envolvam a parte lesionada. Bem como diga, educadamente, se estiver com alguma parte do corpo lesionada.

– Informalidade não deve ser confundida com falta de respeito.

– As correções devem ser feitas pelo sensei, quando o mesmo achar apropriado.

– Ao entrar e sair do tatame faça uma reverência ao kamiza.

– Caso esteja ocorrendo uma aula, peça licença ao sensei para entrar no tatame.

– Não interrompa uma técnica que esteja sendo demonstrada pelo sensei.

– Ajude com a manutenção do trato social.

Tais regras permitem mantermos a harmonia do dojo e também garantir a longevidade da tradição.

Seiza no Aikido

Um tópico muito importante e muito negligenciado na prática diária é como um aikidoca deve sentar-se em seiza. Embora cada escola, linha e tradição tenham seus próprios costumes e maneirismos, a maneira correta de praticar seiza no Aikidô é a mesma que a forma correta de praticar em pé: Seguindo os princípios de hanmi, hitoemi, kankagoshi… roppo.

Ao sentarmos em seiza não devemos cruzar os pés um por cima do outro; isso criaria uma grande vulnerabilidade perante ataques de qualquer tipo. Em ushiro-waza, bastaria o uke pisar com um dos seus pés em ambos os nossos pés. Todo o resto seria enfeite. Em mae-waza (suwari-waza, hanmi-handachi-waza…) qualquer movimento seria extremamente lento, e qualquer ataque do uke seria imediatamente efetivo. Não devemos nem cruzar os polegares, como é feito em diferentes linhas ou tradições. E pela mesma razão.

Quando sentamos em seiza devemos ter os polegares se tocando, mas sem se sobrepor. Os calcanhares separados, criando um buraco onde colocamos nosso o-shiri (nossas nádegas), de maneira que os calcanhares fique ao redor de nosso apoio. Desta maneira nosso centro está o mais perto possível do solo, criando estabilidade sem comprometer a mobilidade. Isto é muito importante.

Nossos joelhos não devem se encostar. Isto, de novo, limitaria nossa estabilidade e mobilidade. Os joelhos devem estar separados de maneira que formem um triângulo equilátero com elas. Separá-los ainda mais, mesmo que isso nos desse mais estabilidade, seria um problema sério para nossa mobilidade. Embora cada corpo seja diferente, a regra geral seria a do triângulo equilátero.

Se analisarmos geometricamente, um triângulo equilátero possui uma abertura de 60º. Isto nos dá a capacidade de sair na diagonal (e imediatamente) a 30º da linha de ataque, ou diretamente contra ele (se anteciparmos), ou nos harmonizando com ele (se estivermos atrasados). Isto é o princípio do roppo, as seis direções. Além disso, nos permite mover em seiza, não em shikko (embora, é claro, exista esta possibilidade e esta posição não a negue – com relação a isso podemos falar em outro momento)

Publicado originalmente em espanhol por Alejandro Villaneuva em Aikido en linea – Tradução de Rodrigo Sousa e Xmena Saad Olivera.

Honoríficos Japoneses – San, Chan, Kun

bowing_figuresNo Japão, o habitual é chamar as pessoas pelo sobrenome, exceto se for alguém da família, amigos íntimos ou crianças. Outra característica interessante e muito importante é o uso frequente de honoríficos após o nome ou sobrenome. Existe uma variedade grande de honoríficos e cada qual deve ser usado de forma apropriada.

A hierarquia é muito importante na sociedade japonesa e também determina qual o honorífico usar para cada pessoa de acordo com o grau de intimidade ou posição social. O conceito dos honoríficos existe desde a era feudal e podemos dizer que é um dos pilares da educação no que diz respeito ao trato social.

Nas fábricas e empresas em geral é comum se referir aos seus superiores de acordo com sua posição dentro da empresa. Por exemplo, o presidente de uma empresa é chamado de Shacho (社長) por seus subordinados. O chefe, por sua vez, irá chamar seus subordinados pelo sobrenome seguido do sufixo “san”.

Pra quem está aprendendo japonês, é muito importante aprender a usar corretamente os honoríficos japoneses, pois o uso inadequado pode acarretar más interpretações e você pode sair como “mal educado”, mesmo sem esta intenção. Também não devemos usar honoríficos para se referir a nós mesmos.

Honoríficos Comuns

✭ さん – San

Este é um honorífico que pode ser usado em praticamente todas as situações, independente do sexo da pessoa. Podemos dizer que é equivalente a Senhor ou Senhora. Para usá-lo basta dizer o sobrenome da pessoa seguido do sufixo “san”. Exemplo: Sr./Sra. Tanaka = Tanaka san (田中 さ ん). Normalmente é usado para pessoas que temos pouca ou nenhuma intimidade.

No caso de você ficar perdido, sem saber qual qual honorífico usar, o “san” é a escolha mais segura com certeza. Não tem erro! Lembrando que no dialeto de Kansai, é muito usado o sufixo “han”, que é equivalente a “san”.

✭ 様 / さ ま- Sama

Este é um sufixo bem mais formal que “san” e é usado para se referir a alguém pelo qual sentimos um enorme respeito. É comum muitos funcionários de lojas e empresas se referir aos seus clientes como “sama”. Um exemplo é o termo “Okyaku-sama” (お客様 / おきゃくさま), que significa “prezado cliente”.

Também pode ser usado para expressar gratidão aos esforços de alguém. Exemplos: Gokurō-sama deshita (ご苦労様 でした) ou Otsukaresama (お疲れ様), que significam algo como “Obrigado por seu trabalho, empenho ou esforço”.

✭ ちゃん – Chan

O sufixo “chan” é um termo carinhoso usado geralmente para crianças ou pessoas que temos muita intimidade. O “chan” é usado após o nome inteiro ou abreviado. Por exemplo, no anime Detective Conan, a mãe de Shinichi Kudo, costuma chamá-lo de forma abreviada e carinhosa: “Shin-chan”.

“Chan” pode ser usado tanto em homens ou mulheres e também em animais de estimação. Seria um diminutivo para dar um ar de fofura, equivalente a chamar alguém de Duda, Zeca, Carolzinha, Zezinho, Mariazinha, etc…

✭ 君 – Kun

O sufixo “kun” é bastante utilizado entre jovens que tem laços de amizade. É um honorífico informal também utilizado no ambiente de trabalho, principalmente na forma como chefes se referem a seus subordinados. É geralmente usado para se referir às pessoas do sexo masculino nos quais se tem um grande grau de afinidade.

✭ 先輩 – Senpai

“Senpai” é um título honorífico normalmente usado para tratar colegas mais velhos, figuras mentoras ou para fazer referência a alguém que é mais experiente que você. Seria uma forma respeitosa que serve para mostrar a diferença de status social entre o falante e o ouvinte. Ele significa algo como “veterano” ou “mentor” e é um honorífico bastante utilizado nas escolas.

✭ 後輩 – Kohai

“Kohai” seria o antônimo de “Sempai”, e é usado para se referir aos mais jovens ou calouros dentro de escolas e instituições. Porém, não é nada educado tratar alguém diretamente com este sufixo, pois seria considerado uma atitude muito rude. Nesse caso, o ideal é usar os sufixos “san” ou “kun”, ao invés de kohai.

✭ 先生 – Sensei

O título honorífico “sensei” é usado especialmente para professores, médicos, dentistas, cientistas, advogados, escritores, artistas e até mesmo, qualquer um que seja considerado um doutor ou um mestre no que faz.

Honoríficos obsoletos

✭ 氏 – Shi

O sufixo “shi” é um honorífico formal, usado especialmente em escritas formais como documentos jurídicos, diários, jornais, publicações acadêmicas, entre outros escritos, para se referir a uma pessoa cujo o interlocutor não conhece pessoalmente, mas o conhecemos através de publicações.

✭ 殿 / ど の – Dono

O sufixo “dono” vem da palavra “tono”, que significa “senhor”. Seria semelhante ao termo “meu senhor”. Trata-se de um honorífico mais formal que “sama” e não é muito utilizado em conversas no dia a dia. Na verdade, esse honorífico quase não é mais usado nos dias de hoje, exceto em algumas correspondências de negócios ou documentos formais como diplomas ou premiações.

✭ 上 / う え – Ue

O sufixo “ue” era muito usado antigamente, especialmente pelas famílias aristocratas, para se referir a alguém a quem sente muito respeito, tais como pai, mãe e outros membros da própria família. Exemplos: chichi-ue (pai), haha-ue (mãe), ani-ue (irmão mais velho), ane-ue (irmã mais velha).

✭ 選手 / せんしゅ – Senshu

O honorífico “senshu” é usado especialmente para atletas em geral. Pode ser aplicado a boxeadores, jogadores de futebol, lutadores de artes marciais, etc.

✭ 家 元 – Iemoto

O honorífico “Iemoto” é uma versão mais formal de “sensei”, usado para grandes mestres de arte tradicionais, tais como caligrafia japonesa ou cerimônia do chá.

✭ 被告 / Hikoku

O título honorífico Hikoku serve para fazer referência a criminosos condenados. Já suspeitos que ainda aguardam julgamento são referidos como “yogisha”.

✭ 陛下 – Heika

O título honorífico Heika trata-se de um título real, que se traduz como “majestade”. Por exemplo, Tennō heika (天皇 陛下), que significa “Sua Majestade, o Imperador” e Joo heika (女王 陛下) que significa “Sua Majestade, a Rainha”. Outro título similar é Denka (殿下), que se traduz como “Alteza Real”.

✭ 閣下 – Kakka

Kakka é um título honorífico que significa “Vossa Excelência” e é usado geralmente para embaixadores e alguns chefes de Estado.

Extraído do blog Japão em Foco

A importância do Meishi (Cartão de Visita) no Japão


A importância do Meishi (Cartões de Visita) no Japão
O Japão é um país cheio de formalidades e uma muito presente na cultura japonesa é a troca de meishi (名刺), uma espécie de cartão de visita, especialmente no mundo dos negócios. O meishi faz parte da etiqueta japonesa, mas sua importância vai muito além, pois é considerado praticamente uma extensão da alma de uma pessoa.

Engana-se quem pensa que o meishi é apenas um pedaço retangular de papel com algumas informações. Em uma sociedade como a japonesa que preza pela hierarquia social, o meishi desempenha um papel que define a posição de um japonês dentro da sociedade.

E a entrega do meishi também é regida por uma grande formalidade. Jamais deve ser entregue apenas com uma mão. O ideal é que o meishi seja entregue com ambas as mãos (polegar para cima e os demais dedos para baixo) e com as informações voltadas para cima para facilitar a leitura de quem vai receber.

Por esta razão, devemos ter muito cuidado para não tampar as informações com os dedos, permitindo assim, que o receptor possa ler as informações direto das mãos do proprietário do cartão. Tanto para entregar como para receber, é necessário se curvar (ojiji) como forma de educação e respeito mútuo.

Outras dicas de etiqueta realacionado ao meishi

Se uma pessoa entregar o meishi e você também ofertar o seu, é recomendável que entregue seu cartão de visita em um nível abaixo ao recebido. Esse ato é visto como forma de mostrar educação, despretensão e humildade. E ao aceitar o meishi, você deve agradecer formalmente ou dizer “Hajimemashite“.

Quem recebe o meishi deve mostrar interesse em ler o cartão e guardá-lo de forma cuidadosa. Evite enfia-lo no bolso de qualquer jeito ou deixa-lo esquecido em qualquer lugar. Isso é uma gafe, pois o meishi é uma apresentação pessoal e devemos demonstrar o mesmo cuidado e respeito que temos pela pessoa.

Ou seja, mostrar desinteresse pelo meishi é visto quase como uma ofensa, pois é como se estivesse tratando a própria pessoa com indiferença. Também não devemos escrever no verso de um cartão de visita japonês e nem devemos ficar brincando com o cartão, especialmente na frente de quem o ofertou.

O ideal é que se segure o cartão por algum tempo, caso estivermos em pé, para depois o colocarmos sobre a mesa ou se preferir, para guarda-lo na carteira. Há quem prefira guardar os cartões em uma caixinha ou uma carteira específica para esse fim, o que é bem comum no mundo dos negócios no Japão.

Outro detalhe não menos importante é a organização hierárquica dos cartões na hora de guardá-los. Segundo a etiqueta japonesa é importante que o cartão de uma pessoa de maior status esteja acima das demais. Ou seja, os cartões devem ser guardados na ordem de status, do menor para o maior.

Como são os cartões de visita japoneses?

Normalmente, os cartões são simples, na cor branca e com as informações da pessoa em preto escritos com uma fonte simples, se sobressaindo apenas o logotipo da empresa. No caso de profissionais liberais ou donos de restaurantes ou lojas, o meishi pode conter fontes diferentes e cores mais vivas.

O Meishi tem normalmente o tamanho padrão, embora cartões um pouco maiores estejam ganhando popularidade. Antigamente, os cartões de visita oferecidos pelas mulheres, chamadas de Sangō, tinham bordas arrendondadas e eram menores do que dos homens, mas atualmente caíram em desuso.

Um meishi deve conter informações básicas como o nome da empresa impresso em letras grandes, o cargo ou posição da pessoa dentro da empresa, juntamente com seu nome e sobrenome. As informações são escritas em japonês, mas podem eventualmente estar acompanhadas por romaji.

Outras informações que não podem faltar em um meishi é o endereço, número de telefone e número de fax. Hoje em dia, não é incomum um Meishi conter também um código de barras bidimensional (código QR), para que o website da empresa possa ser acessado em dispositivos móveis como tablets e Smartfones.

Ofertar as pessoas com um cartão de visitas ou negócios não é algo incomum em outros países, porém acredito que não seja um procedimento padrão tal como é no Japão, e ainda por cima tão cheio de formalidades. Desta forma, é importante conhecermos esse ritual, para não cometermos nenhuma gafe.

Referência e imagens: Metalcards

Jardim japonês – uma Integração única de elementos para criar beleza

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Um convite a contemplação, o jardim japonês transmite paz e espiritualidade. Os aspectos visuais como a textura e as cores, em um jardim oriental são menos importantes do que os elementos filosóficos, religiosos e simbólicos. Estes elementos incluem a água, as pedras, as plantas e os acessórios de jardim.
Mais do que causar um efeito estético os jardins japoneses são planejados para transmitir valores e sensações de paz e equilíbrio com o meio ambiente, são conceitos derivados do Shintoísmo, principal religião do Japão que acredita que os homens e mulheres fazem parte da natureza e devem conviver harmoniosamente com ela.
Na arquitetura japonesa tradicional a casa esta contida no jardim, devendo este estar posicionado na recepção dos visitantes, em frente a casa, para que as visitas possam contemplar a paisagem e fazer um caminho espiritual.
O jardim japonês tem a pretensão de captar a essência da natureza através da simbologia e disposição dos seus elementos, os caminhos sinuosos de pedras afastam os maus espíritos e causam uma ilusão de amplitude espacial, conduzindo o observador por diferentes pontos de vista da paisagem.
Uma das características essenciais de um jardim tipicamente japonês é fazer uma simbiose com a parte interna da casa, criando uma atmosfera de equilíbrio e harmonia com a natureza.
A iluminação também é muito importante no paisagismo oriental. Decora-se o jardim com velas ou ainda com as tradicionais lanternas de pedra.

Tipos de Jardim Japonês

Conhecido como jardim japonês, os jardins orientais tiveram sua origem na China, pelo século VI, difundidos por monges budistas, porém os japoneses aperfeiçoaram a arte de fazer jardins, introduzindo diversos elementos simbólicos.

Embora os primeiros jardins tenham sido feitos para o deleite aristocrata, no período de Heian (794 – 1185 d.C.) os jardins japoneses foram amplamente difundidos, sempre trazendo o elemento da vida, a água na forma de um lago, com espécies que alteravam o cenário conforme o passar das estações do ano.

Ainda durante o período Heian foram registrados os primeiros jardins zens, o jardim zen ou Karensansui são aqueles jardins de areia e pedras, onde praticamente a vegetação é inexistente.

O jardim zen não é um lugar de passeio, apenas de contemplação e meditação, a areia é varrida simbolizando o fluir das ondas e tem grandes pedras representando as montanhas e a eternidade. A intenção do jardim zen é captar apenas a essência da natureza, não sua forma real. Sua estética minimalista induz o espectador a um estado de calma e reflexão.

Jardim zen
Jardim zen

No final do período Heian surgiu um novo estilo arquitetônico, derivado dos ensinamentos do Buda Amitaba, governante da região da felicidade, ou paraíso – assim como é o céu para os cristãos – chamado “jardim do paraíso”, este deve ter essencialmente uma ilha em meio a um lago, que representa o paraíso, morada de Buda, também conhecida como Horaisan ou Horaijima.
jardim do paraíso
jardim do paraíso

Esta ilha não deve ter conexão com a terra firme, por isso, não tem pontes. Pois, mesmo que o paraíso esteja perto é difícil para os mortais conseguirem adentrar em solo sagrado.

No jardim japonês do paraíso além da ilha “mestre”, isolada, podem ter outras ilhas, as principais são a Tsuru (Ave Grou) e a Kame (Tartaruga), que são representações dos animais sagrados da sabedoria e longevidade, estas duas podem ser acessadas com pontes.

Na sequência surgiram os Jardins da Cerimônia do Chá ou Roji, por volta de 1568 e 1600 d.C, no período Azuchi-Momoyama, onde os mestres do chá difundiram o uso das lanternas de pedra ou Toro, originais dos jardins budistas.

Estes são os principais tipos de jardins da cultura japonesa tradicional, alguns jardins preservados até hoje no Japão e disseminados pelo mundo.

Elementos do Jardim Japonês
Ricos em simbologias os elementos do jardim japonês são essenciais para compor o cenário espiritual e sensitivo da paisagem.
Os Caminhos do jardim:
Os caminhos tem a evidente função de conectar entre si os pontos do jardim, e por si só podem ser elementos de grande beleza, com objetivo de proporcionar uma caminhada prazeirosa ente os cenários do jardim.
No jardim japonês, temos basicamente dois tipos de caminho:
Nobedan e Tobiishi.

Nobedan:
É um caminho mais formal, por questões práticas, é indicado para lugares mais urbanizados, aonde há um grande fluxo de pessoas, perto das moradias. É construído de vários tamanhos de pedra, unidas entre si, para constituir um conjunto sólido, dando a impressão de uma massa única. Pode ser feito de pedras naturais, tijolo, pedras serradas, dispostas como um mosaico. Pode ser aplicado inclusive em estradas aonde transitam veículos.

Nobedan
Nobedan

Tobiishi:
É um caminho informal, mais indicado para lugares pouco urbanizados, naturais. É feito com pedras brutas ou serradas com aspecto natural, dispostas uma a uma ao longo do caminho, de forma serpenteante.
É o ideal para entremear um pequeno bosque, proporcionando uma caminhada prazeirosa e cheia de surpresas.
A disposição serpenteante das pedras nos obriga a estar atento para aonde pisamos, nos mantendo no aqui e agora, presente no momento e desligado dos problemas cotidianos.
Tobiishi
Tobiishi

A primeira pedra do caminho, sempre maior, é chamada de ‘kutsunugi-ishi”, ou pedra de tirar os sapatos. É um convite a quem queira tirar os sapatos, para literalmente “sentir” a caminhada.
As pedras no Jardim:
As pedras têm vital importância no jardim japonês, conferem um ar de ambiente inato, e muitas vezes procuram simbolizar montanhas e paisagens miniaturizadas. Transmitem uma idéia de secularidade, especialmente as pedras encobertas pelo musgo e pela poeira impregnada pelos anos. Os formatos mais comuns são os arredondados, sugerindo a ação de desgaste pelo tempo. Dispostas de forma casual, compondo conjuntos isolados de pedras que combinam entre si. Em certos conjuntos utiliza-se uma pedra maior na vertical para simbolizar o Pai, uma pedra na horizontal que simboliza a mãe, e pedras menores espalhadas ao redor simbolizam os filhos. Para um jardim japonês, o mais importante em relação às pedras, é dispô-las informalmente, de maneiras a não deixar nenhum indício da influência humana.

A água no Jardim:
O elemento água é essencial em um jardim japonês, representa a vida, e no sentido budista, a sábia adaptação a todas as circunstâncias. Para um jardim de amplo espaço e orçamento, uma boa opção é uma cascata natural, sabiamente projetada por um paisagista, onde a água cai em um lago repleto de carpas KOI. Enquanto a água representa a vida, a paz e a pureza, as carpas a fertilidade e prosperidade.
Para um jardim pequeno, um vaso Tsukubai representa sublimemente o elemento água. O fluxo constante da água renova a energia, e oferece um som terapêutico ao ambiente. Temos também a água bem representada no ”jardim zen”, onde as pedras grandes representam ilhas, e o cascalho branco representa o mar.

Lago com carpas no jardim
Lago com carpas no jardim

Outros elementos do jardim são:

Lanternas de Pedra: Símbolos da concentração servem para iluminar a mente e clarear os caminhos, as luminárias ou Toro são originais dos templos budistas da China, possuem o formato de casinha, segmentadas em 5 partes, representando os 5 elementos da cosmologia budista, a base deve tocar o chão simbolizando a terra, o meio simboliza a água, a luz o fogo, e o teto com uma bolinha, representam respectivamente o ar e o espírito.
Ponte ou Taiko Bashi: As pontes representam evolução e autoconhecimento, quando feitas de bambu simbolizam a capacidade de adaptação.

Taiko Bashi
Taiko Bashi

Pedras das Cascatas: As pedras das cascatas verticais representam o pai, e as pedras horizontais a mãe de onde brota a água, já as pedras espalhadas podem representar os descendentes ou no caso do jardim zen, montanhas e a eternidade.
Pedras das cascatas
Pedras das cascatas

Bambus: Em alguns jardins o bambu é amarrado para que fique curvado em direção ao lago, com um sinal de reverência a quem aprecia o jardim, nestes bambus são colocados os sinos do vento e os macacos de cerâmica, que representam os sons da natureza e a felicidade.

Arbustos e Árvores Perenes:
Os arbustos e árvores perenes representam o silêncio e a eternidade.
Flores Perfumadas: Apesar das flores não serem evidenciadas nos jardins japoneses, espécies como a Magnólia e Pitospóros podem ser utilizadas para recepcionar os visitantes e afastar os maus espíritos. Na entrada também são plantados o pinheiro representando o pai, azaleias simbolizando a mãe e touceiras de bambu para os filhos.
Sakura ou Cerejeira-japonesa-rosa: Tradicional esta é a árvore da felicidade, os japoneses tem até uma festa especial para época do seu florescimento no início de Março e Abril, o Hanami, o florescer da cerejeira representa um início de ciclo de vida.

momiji
momiji
Momiji ou Acer: O Acer é uma árvore que representa a passagem do tempo, no outono suas folhas vermelhas caem cobrindo o chão, a beleza melancólica representa um ciclo que se fecha em oposição a cerejeira, mas com a mesma importância.
momiji no jardim
momiji no jardim

Espécies de Plantas do Jardim Japonês
Além da Sakura e do Momiji várias espécies de plantas são usadas para compor a paisagem dos jardins orientais, listamos algumas das espécies mais comuns de árvores, arbustos, forrações e outras.

•Bordô-japonês (Acer palmatum);
•Pinheiro Negro Japonês(Pinus thumbergii);
•Cedro Japonês (Cryptomeria japônica);
•Cerejeira-japonesa-rosa (Prunus campanulata);
•Cerejeira-branca (Prunus serrulata);
•Olmo Japonês (Ulmus davidiana).

Arbustos do Jardim Japonês
•Pitosporo (Pittosporum tobira);
•Pinheiro-buda (Podocarpus);
•Tuias (Chamaecypares);
•Juníperos (Juniperus horizontalis);
•Azaleia de Grande Porte (Rhododendron simsii);
•Ligustro (Ligustrum sinense);
•Nandina (Nandina domestica);
•Buxinho (Buxus sempervirens);
•Bambú da sorte (Dracaena sanderiana);
•Bambu-negro (Phyllostachys nigra );
•Bambuzinho-de-jardim (Bambusa textilis gracilis).

Gramas do Jardim Japonês
•Grama Japonesa (Zoysia japônica);
•Grama Coreana (Zoysia tenuifolia).

Plantas próximas á lagos, propícias à umidade
•Avencas (Dianthum);
•Samanbaias;
•Peperomias (Peperomia ssp);
•Balsaminas (Impatiens).
Estas são só algumas espécies de plantas que podem ser usadas para fazer um jardim japonês.

Fontes:
lanterna de pedra: ateliê de esculturas para jardim oriental
site jardineiro
arquidicas paisagismo e jardinagem
japão em foco
Terracota Jardinagem

Tsukemono

width=”177″] tsukemono é um dos alimentos mais antigos do mundo.

 

Os registros referentes ao tsukemono já apareciam em muitas obras que vão da Era Nara à Era Heian

Conserva de vegetais, verduras ou legumes, o tsukemono é um acompanhamento, mas pode ser consumido como petisco junto com bebidas alcoólicas, ou com chá, e pode ser um dos pratos principais ao lado do arroz. A maioria leva meses – ou até anos – para ser preparado.
Um pouco da história do tsukemono
Pode-se dizer que essa conserva, que pode facilmente ser preparada com sal, é um dos alimentos processados mais antigos do mundo. Os registros referentes ao tsukemono aparecem em obras que vão da Era Nara (séc. VIII) à Era Heian (sécs. VIII a XII). Após o século XII, a forma de preparo consolidou-se, e os ingredientes foram diversificados.
Na Era Muromachi (sécs. XIV a XVI), as técnicas desenvolveram-se ainda mais e, na Era Edo (sécs. XVII a XIX), surgiu o nukazuke (à base de farelo de arroz). Nessa época, o tsukemono sofreu variações, incluindo em seu
preparo saquê, missô, shoyu ou vinagre, dando origem ao missozuke (à base de missô), kasuzuke (à base de resíduos da fermentação do saquê).
O takuan (o mais popular tsukemono, de nabo) surgiu também no mesmo período e teria recebido o nome por ter sido preparado pela primeira vez pelo monge Takuan. Assim, definiu-se a forma da refeição típica dos japoneses, que combina arroz, missoshiru, tsukemono e mais um prato.
Pensa-se que o tsukemono seja um alimento surgido espontaneamente. O Japão, que não possui sal extraído das rochas, descobriu essa substância ao consumir o peixe fresco com a água do mar e também ao observar o sal que se formava na superfície, quando se grelhava os frutos do mar.
Os peixes deixados à beira da praia tornavam-se saborosos alimentos desidratados, por causa da água do mar que continham. E logo descobriram que as verduras ganhavam mais sabor quando guardadas salgadas, além de se conservarem por mais tempo.

Quero aprender defesa pessoal

 

Todo principiante de AIKIDO aparece motivado por alguma razão em particular e um conjunto de objetivos. Entre os mais comuns estão os de auto defesa, desenvolver a forma física, ou travar agressões. Abaixo alguns links para artigos mais completos, mas de forma resumida:

Aikido é uma forma eficaz de auto-defesa?

Aikido corta as raízes da violência através da aplicação inteligente do princípio da harmonia. Técnicas de Aikido, que são empregadas para desequilibrar e controlar um atacante, e podem ser muito eficazes marcialmente; mas a primeira abordagem do Aikido para a auto-defesa é através de aterramento, centralização e relaxamento. Você se projeta como uma “vítima” através do medo? Você pode ver o que está acontecendo ao seu redor? Você pode se mover fluidamente para uma posição onde o ataque é inofensivo? Você pode avaliar suas opções sem entrar em pânico? São habilidades desenvolvidas com o treinamento do aikido. E não é um curso de fim de semana sobre a desativação de um atacante. No entanto, mesmo depois de um curto período de tempo muitos vivenciam situações menos temerosos em frente a um ataque potencialmente hostil. Até mesmo no ambiente laboral. Sim, pois as vezes no trabalho precisamos dos conceitos de defesa pessoal, mesmo que sem o conflito físico, mas mental. Proceder de forma pacífica, atraímos tranqüilidade, e lidamos mais habilmente com o conflito quando ele surge.

Ok, quero começar!

Para saber mais:

artigo de stanley pranin

artigo pessoal

Lidando com o estresse:

Uma forma de alívio para o estresse e gerencia-lo é se exercitar. Encontrar uma forma de exercício que combina este exercício juntamente com ensinamentos sobre ser calmo e relaxante é de valor inestimável para a pessoa que busca alívio do estresse. O Aikido é uma arte marcial moderna do Japão e é muitas vezes referida como a arte da paz. Ele fornece uma alternativa à agressão. Treinamento de aikido ensina os alunos sobre a flexibilidade e adaptação.

O modo de praticar do Aikido de estar sempre relaxado e calmo é central aos seus princípios de espiritualidade e filosofia. Mestres e instrutores de Aikido acreditam que ki (energia) só pode realmente fluir completamente quando se está relaxado.

Aikido suporta a flexibilidade e resistência acima do da força do músculo e de sua constituição. A crença é de que para realmente aproveitar o poder do ki e permitir que esta energia flua completamente devemos estar em um estado relaxado. O estado de relaxamento não pode ser construído como os músculos através de exercícios. Uma viagem espiritual deve ser empreendida por um estudante de Aikido para ser capaz de atingir o estado de calma e paz que é vital no combate.

Estresse é um fator importante na vida moderna. Sabemos que precisamos para relaxar, mas ansiedades e frustrações continuam se acumulando. Aikido enfatiza a centralização e aterramento, que começa a acalmar a mente. Nós tentamos reformular conflito através da conexão com a energia de um ataque e trabalhar com ele em vez de reagir a ele ou a tentativa de evitá-lo. A prática física vigorosa também os tons e energiza o corpo. Um alerta natural se desenvolve – não podemos estar pensando em outros problemas enquanto sob ataque! Como a capacidade de relaxar e fluir sob pressão se aprofunda, aumento da energia se torna disponível, o que pode trazer equilíbrio e uma sensação de bem-estar vibrante para uma época que de outra maneira costuma ser estressante.

Aikido ensina os alunos a desenvolver e compreender a flexibilidade, adaptabilidade, calma e clareza, todos os quais são ferramentas úteis para lidar com a vida.

Ok, quero começar!