Animem-se

Tenho notado, conversando com amigos instrutores de artes marciais em geral, e por experiência própria, que muitos alunos ainda estão muito desmotivados em.seus treinos.

Queria dizer aos colegas do DO (Caminho), independente da Arte Marcial que cada um pratique, que passamos juntos, ainda recentemente, por um momento difícil.  Tentando lidar com isso do nosso jeito, sem poder ir ao DOJO, sem poder treinar com nossos colegas, sem receber correção do nosso Sensei!

Sei que foi difícil, angustiante às vezes, ficamos desanimados, ficamos fartos e sem vontade de fazer nada!  Mas você sabe de uma coisa?

-Voces não estão sozinhos!

Existem centenas, milhares de nós em todo o mundo que passaram pela mesma coisa e agora, alguns lidam com o pós pandemia melhor do que outros, mas somos todos seres humanos!

Está tudo bem não ter vontade ou desejo às vezes, está tudo bem passar um dia inteiro no sofá ou deitado, está tudo bem não querer treinar, mas o que não está bem é permitir que esse desleixo nos vença e se torne um hábito.  Em algum momento teremos que parar e começar a nos mover, fazer um Kata, pular corda, flexões, pegar armas e praticar, não para qualquer um, não para ser como alguém, não porque o nosso Sensei diz… mas para nós !!!

São nesses momentos em que ninguém está olhando para nós que o verdadeiro espírito guerreiro deve se destacar e guiar nossos passos, somos só nós contra nós mesmos!  E é difícil vencer esse adversário!

Alguns dias o nosso lado do cansaço e da preguiça vencerá, mas haverá muitos outros em que seremos nós que venceremos.

Daqui envio um grande abraço e meus melhores votos a cada um de vocês.

Lembre-se que você não está sozinho, estamos apenas retomando o ritmo. Por enquanto!

Animem-se GUERREIROS!!!

Hanami

Festividades sob as cerejeiras floridas no Japão

Hanami (花見? lit. “contemplar as flores”) é costume tradicional japonês de contemplar a beleza das flores, sendo que “flor” neste caso quase sempre significa sakura ou ume. Do fim de março ao começo de maio, o sakura floresce por todo o Japão, e por volta de primeiro de fevereiro na ilha de Okinawa. A previsão de florescimento (桜前線 sakurazensen, lit. frente de florescimento do sakura) é anunciada todo ano pela Agência Meteorológica do Japão e é observada cuidadosamente por aqueles que planejam fazer o hanami, visto que ela floresce por apenas uma ou duas semanas. No Japão moderno, o hanami consiste basicamente de realizar festas ao ar livre embaixo do sakura durante o dia ou a noite. O hanami à noite é chamado de (夜桜 yozakura, lit. sakura noturno). Em muitos lugares, como o Parque Ueno, lanternas de papel temporárias são presas para realizar o yozakura. Na ilha de Okinawa, lanternas elétricas decorativas são presas nas árvores para o divertimento noturno, tias como nas árvores do Monte Yae, perto da cidade de Motobu, ou no Castelo Nakajin.

Festa Hanami acontecendo a longo do Rio Kame
Castelo de Himeji
Castelo de Osaka(video) Hanami picknickers in ,Bunkyō 2015

Uma forma mais antiga do hanami também existe no Japão, que é a contemplação do florescimento da ameixeira (梅 ume ). Este tipo de hanami é popular entre as pessoas mais velhas, pois elas são mais calmas do que as festas do sakura, que normalmente envolvem pessoas mais jovens e podem às vezes ser lotadas e barulhentas.

História

Pintura de ukiyo-e de Genji Monogatari, cap. 20 – 花宴 Hana no En, “Sob as cerejeiras florindo”, pelo artista Kunisada (1852)

“Nesses dias da primavera,
quando a luz tranquila envolve
as quatro direções,
por que as flores se espalham
com esses corações inquietos?

A prática do hanami é feita há muitos séculos. Dizem que o costumo começou durante o periodo Nara (710 – 794) quando era o florescimento do ume que as pessoas admiravam no começo. Mas no período Heian (794 – 1185), a sakura começou a atrair mais atenção e o hanami virou sinônimo de sakura. A partir de então, no waka e no haikai, “flores” significam “sakura”.

Hanami foi usado pela primeira vez como um termo análogo à contemplação do florescer da cerejeira no romance Genji Monogatari. Embora uma festa de contemplação tenha sido também descrita, deste ponto em diante os termos “hanami” e “festa da flor” foram usados apenas para descrever a contemplação do florescer da cerejeira.

O sakura era originalmente usado para comemorar a colheita e para anunciar a estação de plantação de arroz. As pessoas acreditavam no kami no interior das árvores e faziam oferendas. Depois, eles passaram a oferecer saquê.

Hanami. Bentō Hiroshige

O Imperador Saga do período Heian adotou esta prática e organizou festas de contemplação de flores com sakê e banquetes de baixo das flores das árvores de sakura na Corte Imperial de kioto. Poemas seriam escritos louvando as delicadas flores, que eram vistas como uma metáfora da própria vida, brilhantes e bonitas mas efêmeras e transitórias. Fala-se que esta é a origem do hanami no Japão.

O costumo foi originalmente limitado à elite da Corte Imperial, mas logo se espalhou pela sociedade samurai e, no período Edo, para o povo em geral. Togugawa Yoshimune plantou grandes áreas com árvores de cerejeira para encorajar isto. Sob as árvores de sakura, as pessoas comiam e bebiam sake em alegres banquetes. Festas de hanami ao longo do rio Kamo

Hoje, o povo japonês continua a tradição do hanami, reunindo-se um grande número aonde quer que as árvores florescendo estejam. Milhares de pessoas enchem os parques para organizar banquetes sob as árvores florescendo, e às vezes essas festas continuam até tarde da noite. Em mais da metade do Japão, o período de florescimento da cerejeira coincide com o começo do ano letivo e do ano fiscal, e portanto festas de boas-vindas muitas vezes ocorrem com o hanami. O povo japonês continua a tradição do hanami ao tomar parte nos passeios processionais no parque. Esta é uma forma refúgio para comtenplar e renovar seus espíritos.

O provérbio bolinhos ao invés de flores (花より団子 hana yori dango) aponta as prioridades reais da maioria dos observadores do hanami, significando que as pessoas estão mais interessadas na comida e bebidas que acompanham a festa do hanami do que observando de verdade as próprias flores.

Os corpos mortos são queimados sob as árvores de cerejeira! é um ditado popular sobre o hanami, após a sentença de abertura da pequena história de 1925, “Sob as Árvores de Cerejeira”, de Motojirō Kajii.

Se não houvesse cerejeiras florescendo neste mundo
Quão mais tranquilos seriam nossos corações na primavera.

O Imperador Saga (嵯峨天皇 Saga-tennō) (786-842) do período Heian adotou este costume, e celebrou festava para observar as flores com sake e banquetes sob as árvores de sakura florescendo na Corte Imperial de Kyoto. Dizem que esta é a origem do hanami no Japão.[8] Poemas foram escritos louvando as delicadas flores, que eram vistas como uma metáfora da própria vida: bonitas, mas que duram por pouco tempo. Essa visão “temporária” da vida é muito popular na cultura japonesa e é normalmente considerada como uma admirável forma de existência. Por exemplo, no princípio samurai do fim da vida, quando ainda é bonita e forte, ao invés de lentamente se tornando velha e fraca. Os poetas da era Heian costumavam escrever poemas sobre como as coisas seriam mais fáceis se não houvesse o florescimento do sakura na primavera, pois sua existência nos lembra que a vida é muito curta. Celebrações de hanami no Parque UenoTokyo

O hanami foi usado como um termo que significava “contemplação do florescimento da cerejeira” pela primeira vez no romance da era Heian Genji Monogatari (capítulo 8, 花宴 Hana no En, “Sob as cerejeiras florescendo”). No começo, o costume foi seguido apenas pela Corte Imperial, mas a nobreza samurai também começou a celebrá-lo durante o Período Azuchi-Momoyama (1568-1600). Nesses anos, Toyotomi Hideyoshi  organizou grandes festas de hanami em Yoshino e Daigo-ji , e a festividade tornou-se muito popular por toda a sociedade japonesa. Pouco após, os fazendeiros começaram seu próprio costume de subir montanhas na época da primavera e ter refeições sob as árvores de cerejeira florescendo. Esta prática, chamada de “viagem para a montanha na primavera”, combinou-se com o costumo dos nobres para formar a cultura urbana do hanami. No período EDO (1600-1867), todas as pessoas comuns tomaram parte nas celebrações, em parte porque. Tokugawa Yoshimune plantou grandes áreas de árvores de cerejeira para encorajar esta prática. Sob as árvores de sakura, as pessoas tinham refeições e bebiam sake em alegres banquetes.

Atualmente

Uma previsão de florescer para o ano de 2006, com as datas previstas de florescer. Os números representam datas (3.22 é 22 de março). Note que a “linha de florescer do sakura” move-se do sul para o norte.

O povo japonês continuar a tradição do hanami, reunindo-se em grandes números de pessoas aonde quer que as árvores florescendo sejam encontradas. Milhares de pessoas enchem os parques para realizar festas sob as árvores florescendo, e algumas vezes essas festas continuam até tarde da noite. Em mais da metade do Japão, os dias de florescer da cerejeira vêm ao mesmo tempo em que as escolas e os escritórios deixam as férias, e, portanto, festas de boas-vindas frequentemente ocorrem com o hanami. Normalmente, as pessoas vão aos parques para guardar os melhores lugares para celebrar o hanami com amigos, família e companheiros de escritório muitas horas ou dias de antecedência. Em cidades como Tóquio, é também comum haver celebrações sob o sakura à noite. O hanami à noite é chamado de yozakura (夜桜, literalmente “sakura noturno“). Em muitos lugares tais como o Parque de Ueno, lanternas de papel são levantadas para o yozakura.

A linha do florescer da cerejeira é prevista todo ano, antigamente pela Agência Meteorológica do Japão, e hoje por agências privadas, e é acompanhada com atenção por aqueles que planejam celebrar o hanami, pois o florescer dura por um curto período de tempo, normalmente não mais do que duas semanas. Os primeiros floresceres ocorrem nas ilhas suntropicais ao sul de Okinawa, enquanto nas ilhas setentrionais de Hokkaido, elas florescem muito mais tarde. Na maior parte das grandes cidades como Tóquio, Quioto e Osaka, a época do florescer da cerejeira normalmente ocorre por volta do fum de março e começo de abril. Os canais de televisão e os jornais acompanham de perto essa “linha do florescer da cerejeita”, na medida em que ela se move lentamente do sul para o norte.

As celebrações do hanami normalmente envolvem muita comida, bebida e música. Alguns pratos especiais são preparados e comidos na ocasião, como o dango e o bentô, sendo que é comum beber sake como parte da festividade. O Agência Meteorológica do Japão “bolinhos em vez de flores” (花より団子 hana yori dango) faz graça das pessoas que preferem comer e beber ao invés de admirar o sakura. “Corpos mortos são queimados sob as árvores de sakura!” (桜の樹の下には屍体が埋まっている! Sakura no ki no shita ni wa shitai ga umatte iru!) é um provérbio popular sobre o hanami, que aparece logo após a primeira da história de 1925 “Sob as árvores de sakura”, por Agência Meteorológica do Japão.

“Prefiro vê-lo como um ser humano”: Yoshimitsu Yamada sobre O-Sensei e o futuro do Aikido

Yamada sensei

Josh Gold – 1º de abril de 2019

Aikido Journal

Em 1955, Yoshimitsu Yamada foi aceito no programa Hombu Dojo uchi deshi (aprendiz residente) aos 18 anos. Ele estudou diretamente com o fundador, assim como Kissomaru Ueshiba, Koichi Tohei, Kisaburo Osawa e outros mestres lendários. Yamada Shihan (8º dan) veio para os Estados Unidos em 1964 e tem sido um dos mais importantes e influentes instrutores e embaixadores da arte do aikido nos Estados Unidos e em todo o mundo. Ele é instrutor-chefe do Aikikai de Nova Yorke instrutor-chefe e diretor técnico da Federação de Aikido dos Estados Unidos, a maior organização de aikido dos Estados Unidos. Em março de 2019, Yamada Sensei sentou-se com Josh Gold para compartilhar seus pensamentos com a comunidade do Aikido Journal.


Josh Gold: Obrigado por falar conosco hoje, Sensei. 
Yoshimitsu Yamada: É um prazer, Josh. 

Yoshimitsu Yamada SenseiEm primeiro lugar, gostaria de perguntar sobre Morihei Ueshiba. Não há muitas pessoas hoje em dia que tiveram experiência de treinamento direto com o fundador do aikido. Como foi ser jogado por ele?  
Bem, em primeiro lugar, poucas pessoas tiveram a sorte de aceitar seu ukemi, e mesmo para mim isso era raro. Mas quando você… não gosto de usar a palavra ataque, quando você tenta agarrá-lo ou sei lá o quê, foi como pegar ar ou fumaça. Parecia que ele simplesmente não estava lá e então você está no chão sem perceber o que aconteceu. É muito difícil de descrever. Seus movimentos eram muito naturais, mas muito elusivos. 
Essa é uma descrição interessante. Ouvi dizer que Ueshiba era fisicamente muito forte – construído como um tanque. Eu acredito que ele estava perto de 77 kg e apenas um pouco mais de 1,52 metros de altura.
Foi o que me disseram e você certamente pode ver se olhar as fotos quando ele era jovem. Ele era muito musculoso. Mas na época em que o conheci, eu era um garoto de 20 anos, então ele parecia um homem velho para mim, embora fosse mais jovem do que a minha idade agora (risos). Ele geralmente era muito maduro, mas com certeza poderia ter um temperamento às vezes.
“Eu não gosto de como algumas pessoas pensam em O-Sensei como uma espécie de deus ou santo. Prefiro vê-lo como um ser humano.”
Como isso se manifestaria? 
Meu tio, Tadashi Abe, e outros costumavam falar sobre ele e algumas das descrições eram realmente assustadoras. Mas na maioria das vezes quando eu estava perto de O-Sensei, ele era apenas um velho legal com um ótimo senso de humor. No entanto, às vezes, de vez em quando, ele perdia a paciência de uma forma bastante extrema. Isso foi realmente assustador, na verdade.
Ele era uma pessoa muito gentil e compassiva e essa é uma das razões pelas quais ele era tão respeitado. Mas às vezes ele simplesmente perdia a paciência. E isso realmente foi bom. Isso me fez perceber que ele é apenas um ser humano como o resto de nós. Não gosto de como algumas pessoas pensam em O-Sensei como uma espécie de deus ou santo. Prefiro vê-lo como um ser humano. Às vezes bravo, às vezes triste, às vezes sorri. Eu não quero fazê-lo como um deus.
Acho que é uma ótima perspectiva. Algumas pessoas parecem endeusá-lo, o que, acredito, cria uma dinâmica cultural doentia no mundo do aikido. Eu também acho que limita psicologicamente algumas pessoas quando elas começam a acreditar que seu nível de habilidade e compreensão nunca pode ser igualado – que todos nós estamos destinados a ser apenas diluídos, ou versões inferiores, do fundador. 
Concordo. Não sou O-Sensei, mas não quero que ninguém pense em mim como um deus ou algum ser especial. Vamos lá, me dê um tempo. Eu sou apenas um ser humano. Eu fico bravo, eu choro, eu cometo erros. Eu tenho defeitos como todo mundo, incluindo Morihei Ueshiba.
Vamos fazer uma transição e falar um pouco sobre seu trabalho na construção da comunidade de aikido nos Estados Unidos. Quando você veio para os Estados Unidos continental, quase não havia presença de Aikido, certo? 
Quase nada. Isso foi há 55 anos. Só havia aikido no Havaí e um pouco na Costa Oeste. Quase nada na Costa Leste.

Yoshimitsu Yamada no Aikido de Scottsdale.Ao longo dos anos, você construiu seguidores leais e uma grande organização. O maior dos Estados Unidos, na verdade. Como você construiu isso, aumentando a conscientização e deixando as pessoas entusiasmadas com o aikido?
Bem, não era só eu. Eu realmente tenho que dar muito crédito a Koichi Tohei. Independentemente do que aconteceu entre ele e eu; ele era meu professor e eu era seu aluno. Devemos muito a ele. Na época não tinha internet, nem vídeo, nada. Uma das principais maneiras pelas quais as pessoas descobririam sobre o aikido seria por meio de seus livros. E ele era muito carismático, muito forte fisicamente e muito forte mentalmente. É claro que, como todo mundo, ele também tinha seus pontos negativos, mas nunca devemos perder o respeito pela grande contribuição que ele deu na divulgação do Aikido.
Eu concordo com você, Sensei, mas você também fez grandes contribuições.
Bem, eu não sei. Eu acho que muito disso foi apenas um bom momento. Naquela época, todas as artes marciais japonesas estavam experimentando um aumento de popularidade. Devemos muito especialmente ao karate. A gente pegou muito na onda do crescimento deles, sabe?

Skip Chapman Sensei, co-ensino com Yamada Sensei no Aikido de Scottsdale.Como assim? 
Naquela época, o karatê estava se tornando bastante popular e havia torneios quase todos os meses. Toda vez que eles tinham um torneio, eles me perguntavam se eu gostaria de fazer uma demonstração. Portanto, todos estariam no torneio de caratê e, mesmo que você goste de caratê, pode ficar um pouco entediado assistindo a mesma coisa por duas horas seguidas. Então, durante o intervalo, eu saía e fazia uma demonstração de aikido. Por 10 minutos, eu mostrava algo que parecia tão diferente do caratê – realmente impressionava as pessoas. Então eu desaparecia e as pessoas se perguntavam: “O que foi isso?” Mais cedo ou mais tarde, as pessoas começariam a nos procurar.
Na época, era uma boa maneira de gerar interesse. Eu deixaria que eles se preocupassem em nos encontrar, que pensassem sobre isso e se perguntassem o que estamos fazendo. Eu nunca expliquei nada sobre aikido durante essas demonstrações. Acabei de realizar demonstrações de alto impacto aproveitando os eventos de outra pessoa. De certa forma, foi muito bom.
“Desde que os fundamentos sejam comuns, todos devem ter sua própria expressão de aikido e suas próprias formas de praticar. Contanto que haja uma base básica comum, você deve sair diferente. Você tem que ser diferente.”
Parece uma maneira inteligente de atingir públicos receptivos. 
Sim, talvez pela minha personalidade, o pessoal do karatê gostou muito de mim e ficou feliz em me dar a oportunidade. Mas não foi nada de especial em termos de estratégia. Ainda era muito difícil no começo. Onde quer que eu fosse, ninguém tinha dinheiro. Eu tinha que pegar ônibus da Greyhound para todos os lugares. Eu viajava para a Flórida e outros lugares, e era uma época muito difícil. Sem dinheiro. Isso é apenas o que era. A sociedade de aikido era pequena na época e ninguém estava disposto a pagar muito por seminários e instrução. Mas essa era a única maneira na época.
Naquela época, muitas das pessoas que entravam no aikido tinham experiência em outras artes marciais? 
Ah com certeza. Muitas pessoas de karatê e judô. Foi realmente bom. Acho que o aikido se encaixa um pouco melhor na mentalidade dos judocas, mas foi ótimo ter pessoas com outras formações entrando no aikido.

Supervisão de treinamento em Aikido de ScottsdaleEm uma nota relacionada, o que você pensa sobre os instrutores de aikido que treinam em outras artes marciais? Você acha que é uma boa ideia ou uma má ideia? Por exemplo, você acha que seria bom para alguns instrutores de aikido aprender conceitos básicos e técnicas de judô, boxe ou outras artes? E poder interagir e obter feedback sobre o aikido de instrutores de outras artes? 
Certo. Acho que depende muito de cada um. Qualquer coisa que possa ajudá-lo a aprender e crescer é bom. Eu aprendo com meus alunos com bastante frequência, por exemplo. Você tem que ser humilde e ter uma mente aberta. Encontre sua própria maneira de se desenvolver.
Passei algum tempo com Bruce Bookman Sensei no ano passado e ele falou sobre o que achou tão extraordinário sobre você, o NY Aikikai. Ele respeita o sucesso que você tem em permitir que tantos tipos diferentes de pessoas pratiquem juntas em seu dojo. Diferentes culturas, diferentes origens, diferentes abordagens técnicas…
Ah, Bru. Começou quando era criança. Quando se trata de diferentes tipos de pessoas e práticas – não me importo. Não quero colocar as pessoas em uma determinada categoria. Respeito a individualidade. Desde que os fundamentos sejam comuns, todos devem ter sua própria expressão de aikido e suas próprias formas de praticar. Contanto que haja uma base básica comum, você deve sair diferente. Você tem que ser diferente. Respeito e quase exijo a individualidade. Não gosto que as pessoas me copiem ou tentem ser uma cópia de mim. Sem chance.
Um dia eu estava assistindo uma das aulas do Dan Inosantoem sua academia e ele disse algo muito parecido. Ele pediu a dois de seus alunos que se levantassem na frente da classe e demonstrassem a mesma técnica. Um era um cara grande e o outro era uma mulher pequena. Eles executaram a técnica de forma bem diferente. Guro (Sensei) Dan fez questão disso e disse: “Eles não vão usar as mesmas roupas, então por que deveriam fazer a técnica da mesma maneira?”
Exatamente.

Ed Baker e Lien Pham, membros do Aikido de Scottsdale.Você pratica aikido há muito tempo. Em sua carreira, o que você considera os pontos altos e baixos?
Sim, eu tenho feito isso por muito tempo. As pessoas não me deixam desistir (risos). Em termos de altos e baixos, este é um assunto um pouco delicado.
Estou muito feliz com a forma como o aikido se tornou tão popular tão rapidamente, mas de certa forma, sinto que algo está errado, porque agora muitas pessoas estão envolvidas no ensino do aikido que talvez não devessem estar. Eu ouvi alguns veteranos dizerem que talvez 60-80% das pessoas que estão ensinando aikido agora não deveriam estar. Em certo sentido, eu me sinto da mesma maneira.
Muitas das coisas boas sobre o aikido também são pontos ruins. É por isso que estamos em uma posição tão difícil agora. Como o aikido é muito aberto a todos, cada um pode fazer do seu jeito e, se você quiser, pode ensinar quase imediatamente com pouco controle de qualidade. Acabamos com muitos instrutores muito rapidamente e isso afetou a qualidade geral do que estamos fazendo na comunidade do aikido. Como não há competição no aikido, é bastante difícil para as pessoas medir ou avaliar a habilidade ou testar a qualidade de várias abordagens técnicas. Este é um problema.
“Estou construindo a sociedade de aikido aqui há 55 anos. Talvez agora caiba à sua geração descobrir isso.”
Costumo pensar que uma das melhores coisas do aikido é a ausência de competição, mas também é uma das piores coisas de certas perspectivas. 
Direita. Isso é bom no aikido, mas também cria problemas. Instrutores ruins ainda podem reter alunos e isso não é bom para a arte. Em outras artes, você pode testar e competir juntos para descobrir quem é melhor tecnicamente e quem é o melhor professor que pode criar alunos melhores. Mas o aikido é diferente. Na verdade, não podemos fazer isso. As pessoas apenas dizem: “Meu aikido é diferente”, mas não há uma maneira confiável de medir a habilidade de ensino e a habilidade técnica.

Liderando classe no Aikido de Scottsdale.Você acredita que o sistema de classificação do aikido é uma maneira confiável de representar habilidade instrucional ou técnica? 
Bem, esse é outro grande assunto, o sistema de classificação no aikido. Eu não acredito nisso. O-Sensei não acreditou. Ele nunca teve um sistema. Acho que uma vez que você ganha a faixa-preta já é o suficiente. Não acho que haja necessidade de números dan. Em vez de números, talvez você possa usar títulos como Hanshi, Kyoshi, qualquer coisa.
Eu não vou para este sistema de numeração. A classificação das pessoas tem pouco ou nada a ver com os níveis de qualidade. E o aikido supostamente não tem competição, mas me dê um tempo, o sistema de classificação cria uma enorme dinâmica competitiva.
Por razões comerciais, a faixa-preta é importante, mas quando você chegar à faixa-preta, deve ser isso. Esta é apenas a minha opinião, mas muitas pessoas podem concordar comigo. É um assunto delicado, então talvez seja por isso que mais pessoas não falam sobre isso.
“Muitas das coisas boas sobre o aikido também são pontos ruins. É por isso que estamos em uma posição tão difícil agora.”

Quais são seus pensamentos sobre o futuro do aikido? 
Muitas pessoas me perguntam isso e eu costumo dizer: “Desculpe-me, mas infelizmente estou muito negativo sobre o futuro agora”. Do jeito que as coisas estão, não estou muito otimista.
Eu aprecio sua abertura para discutir isso. Acho importante ter um diálogo aberto sobre isso se quisermos melhorar as coisas para o futuro – mudar essa trajetória. 
Ouvi dizer que a população de aikido está diminuindo agora, isso é verdade?
Temos acesso a muitos dados e parece que os níveis de interesse caíram drasticamente e as pessoas mais novas que estão entrando na arte caíram significativamente. Muitos dojos ainda não sentirão o impacto total disso porque muitos dos mesmos praticantes dos velhos tempos ainda estão nas aulas, mas cada vez menos iniciantes estão chegando, então eles apenas veem um envelhecimento lento e um encolhimento da população. . Mas quando a atual geração de praticantes experientes não existir mais, podemos muito bem ficar com um enorme vácuo. Eu não acho que precisamos entrar em pânico e as coisas não vão desmoronar amanhã, mas precisamos começar a fazer algo diferente se quisermos que o aikido esteja presente de uma maneira significativa para a próxima geração. 
“Para os instrutores, eu diria fortemente para não sentar e relaxar… Por favor, melhorem a si mesmos, não por si mesmos, mas por seus alunos e pela arte do aikido. Esta é sua responsabilidade. Leve isso a sério.
Bem, é bom que você esteja coletando informações sobre isso, porque acho que ninguém mais está. Não sei se é bom ou ruim encolhermos. Mas uma coisa é certa – não restam muitas pessoas que tiveram experiência direta com o fundador. Espero que as pessoas aproveitem ao máximo a oportunidade de obter informações de nós antes que todos nós partamos.
Quais são seus pensamentos ou ideias sobre como devemos avançar para criar o melhor futuro possível para o Aikido?
Eu pensei sobre isso, mas eu realmente não tenho nenhuma solução. Eu tenho construído a sociedade de aikido aqui por 55 anos. Talvez agora caiba à sua geração descobrir isso.

Glenn Brooks Sensei, dojo-cho de Aikido de Scottsdale.Com otimismo , acho que há várias pessoas prontas para enfrentar esse desafio. Pessoas que têm acesso a grandes mentores como você e que também têm paixão, ideias e habilidade para fazer a diferença. Vamos fazer a transição para um tópico mais leve. Você tem uma história engraçada que possa compartilhar conosco? 
Uma vez sonhei com O-Sensei. Eu perguntei a ele: “Sensei, por que você levou todos os meus amigos para o céu com você?” Ele disse que estava muito ocupado ensinando aikido nos céus e precisava de ajuda, então levou todos os meus colegas com ele. Eu perguntei a ele: “Sim, e quanto a mim? Por que você me deixou para trás? Ele disse: “De jeito nenhum. Você ainda não terminou sua missão na Terra. Continue.”
Obrigado por compartilhar isso, Sensei. A história me fez sorrir. Você tem algum pensamento final ou mensagem que gostaria de compartilhar com a comunidade do aikido? 
Para todos os praticantes, gostaria de dizer que o aikido é uma arte marcial única e espero que gostem de sua prática. Mas minha mensagem principal é para os instrutores. Aos instrutores, eu diria fortemente para não sentar e relaxar. Você ainda está a caminho. Aikido é um estudo sem fim até você morrer. Por favor, melhore-se, não para você, mas para seus alunos e para a arte do aikido. Esta é sua responsabilidade. Leve isso a sério.

Agradecimentos


Agradecimentos especiais a Glenn Brooks, dojo-cho de Aikido de Scottsdale, por hospedar-nos para a entrevista durante seu seminário de março de 2019 com Yoshimitsu Yamada e Skip Chapman.

Josh Gold

Editor Executivo do Aikido Journal, CEO do Budo Accelerator e Instrutor Chefe do Ikazuchi Dojo.

Nota de pesar – Sensei Teruo Nakatani

Soubemos que nesta última quarta-feira, houve a passagem de Sensei Teruo Nakatani. Nossas condolências à família. Sensei Nakatami foi o introdutor do aikido no Rio de Janeiro. O conhecemos de vista quando tínhamos uns 2 meses de aikido, quando da sua visita a Aikido Rio de Janeiro. Uma grande perda para o #aikido #aikidō #aikidô #aikidorj

Acima: Nakami Sensei jovem quando começou o aikido no Brasil.
Abaixo: Foto de Pedro Gavião, carioca, fotógrafo, praticante de aikido, já falecido. Foto doada para Santos na década de 80 (a original está no Aizen Dojo).

Limpeza geral do Ganseki Dojo

Domingo foi dia de limpeza geral e arrumação do Ganseki dojo.

No Ganseki Dojo praticamos normalmente antes das aulas de aikido, (e outras artes também aqui o fazem) o “soji”, como forma de se manter o Dojo sempre limpo e ao mesmo tempo cultivar nos alunos o sentimento de humildade e respeito mútuo.

Desta vez foi uma limpeza e arrumação bem mais pesada e geral. Preparando o dojo para 2023.

Soji é uma palavra japonesa e significa o ato de “limpar”; no Japão existe uma tradição nas escolas de ensino regular e também nos templos e dojos de artes marciais, que é a limpeza do local ao final das aulas; é chamada de “soji no jikan”, algo como a hora da limpeza.

Há que se ressaltar o fato de que na hora do “soji”, principalmente nos dojo’s, não existe diferenciação entre mais graduados e menos graduados, apenas uma distinção em quem dará o comando da limpeza, mas que também ajudará com esta e todos devem limpar, seja o tatame, o banheiro ou outro cômodo.

Infelizmente a prática do Soji nos dojo brasileiros não é comum, pois temos outra cultura. Não cultivamos mesmos nos locais somente de artes marciais, a cultura de dojo. Acreditamos que quem realiza a limpeza é uma pessoa inferior e este trabalho está ligado (na nossa cultura) a degradação pessoal, o que é algo, um tanto quanto, equivocado.

Deve-se notar que em muitas academias de artes marciais, o Dojo (sala de treinamento), onde ficam os tatames, é utilizado para a prática de várias artes marciais; normalmente sendo uma aula seguida da outra. Ou seja, no mesmo local onde há uma aula de karatê – lutas predominantemente em pé – depois haverá uma aula de judo, por exemplo – luta predominantemente no chão.

Assim, perceba o quanto ruim é, para o praticante de outra arte ou ate da mesma arte que treina em um segundo horário, chegar e treinar em um local sujo e cheio de suor de outras pessoas. Isso, inclusive já foi tema de matérias sobre infecções que se pode contrair em locais de prática esportiva com pouca higienização.
Mesmo com equipe de faxina e limpeza presente, cada um dos alunos também deve fazer a limpeza.

Cremos que a prática do “soji” deveria ocorrer em todos os dojos do brasil, como forma de higiene, educação e respeito ao próximo.

É importante criarmos uma consciência de que o soji nos ajuda a limpar não só a academia, mas nosso ego, orgulho e impurezas do espírito. Manter a mente – durante o ato do soji – pura, vazia de intenções e pensamentos é trabalhar em si o zen, purificando a mente, o corpo e a alma; e cultivando o respeito pelo nosso corpo, pelos nossos colegas de treino, nosso Mestre e o nosso Dojo (local onde buscamos a iluminação).

No ato do Soji, no ato da limpeza, aprendemos a limpar nosso ego, aprendemos a ser mais humilde, aprendemos a jogar fora com a sujeira as nossas imperfeições. No ato do Soji podemos meditar sobre o treino, até mesmo realizar o mokuso durante o soji, refletindo sobre os erros e acertos, para buscar a evolução. O Soji é mais do que uma limpeza física, mas um ato educacional de limpeza espiritual. É uma forma de trabalhar o respeito ao próximo.

8 de novembro.


2009 年 (平成 21) の この 、 神社 (茨城 県 市) で 合気 開祖 植芝 盛平翁 銅 像 除幕式 が れ まし た。 除幕 除幕 に は は 500 人 超える 方 々 が 出席 し に は は は 500 人 超える 方 々 出席 出席 し まし た は は は は 500 人 超える 方 が 出席 出席 し まし た。。。
Neste dia em 2009, foi realizada a cerimônia de inauguração da estátua do Fundador do Aikido Ueshiba Morihei. Mais de 500 pessoas participaram da cerimônia.
この銅像は開祖の没後40周年を記念して、開祖の偉業を後世に伝えるために建立されだのあ
Esta estátua comemora o 40º aniversário da morte do Fundador e pretende transmitir os seus grandes feitos para a posteridade.

Penny Bernath: sobre conseguir um lugar à mesa

Tradução livre do artigo de Josh Gold. Aikido journal, 20 de setembro de 2021.

Penny Bernath Shihan é faixa preta de 7º grau em aikido e é membro do comitê técnico da Federação de Aikido dos Estados Unidos , a maior organização de aikido dos Estados Unidos. Ela começou no aikido em 1973 em Hollywood, Flórida e logo depois, tornou-se aluna de Yoshimitsu Yamada Sensei. Em seus quase 50 anos praticando a arte, Penny estudou com muitos dos alunos diretos do fundador do aikido. Penny é uma das instrutoras de aikido mais bem classificadas nos Estados Unidos e leciona regularmente em seminários em todo o país e no exterior. Junto com seu marido Peter Bernath, Penny dirige a Florida Aikikai localizada em Fort Lauderdale, FL.

Penny Bernath

Josh Gold: Obrigado por se juntar a nós hoje, e parabéns por sua recente nomeação para o comitê técnico da Federação de Aikido dos Estados Unidos (USAF).

Penny Bernath: Obrigado. Estou emocionado e agradecido. Acho que é um marco importante e estou feliz por ter um papel no comitê técnico. 

O Comitê Técnico da USAF fornece supervisão instrucional para a maior organização de aikido dos Estados Unidos. Você pode compartilhar um pouco sobre a estrutura e função do comitê? 

Somos seis no comitê. Pode-se pensar no comitê técnico como os instrutores-chefes da USAF. Por exemplo, todo dojo tem um instrutor-chefe, e esse instrutor cuida da maior parte do ensino, garante que a instrução esteja alinhada com o currículo e garante que todos estejam no caminho certo com seus testes e progressão nas classificações. 

A classificação é, em última análise, importante para muitas pessoas no aikido, por isso muitas vezes levam suas preocupações a um membro do comitê técnico que pode se envolver com eles, apoiá-los e conversar com Yamada Sensei quando necessário. O comitê técnico da USAF também atua como conselheiro de Yamada Sensei porque todos nós temos uma longa história com ele. 

Você é a primeira mulher a fazer parte do comitê técnico na história da USAF. Como você acha que sua perspectiva como mulher pode influenciar positivamente esse comitê e/ou a organização em geral?

Acho muito importante estar aqui. E estou qualificado para estar aqui e capaz de lidar bem com o papel. Comecei a treinar em 1973, quando tinha 20 anos. Desde aquela época, nunca fiz uma longa pausa nos treinos, mesmo quando tive meus filhos. Meus professores primários e principais influenciadores foram alunos diretos de O’Sensei.

Acho que trago uma perspectiva valiosa para o comitê e a USAF. Treinei por quase 50 anos como praticante, passei décadas como dojo-cho (diretor executivo) e viajei ao redor do mundo com Yamada Sensei. Também dei seminários nos Estados Unidos e internacionalmente. Ter feito todas essas coisas como mulher é uma experiência diferente da dos homens do comitê. Então eu trago essa perspectiva comigo. 

E sim, precisamos de uma mulher no comitê. Está atrasado. Conheço essa arte, sinto essa arte, a entendo, e sou professora de profissão, então acho que posso passar o aikido adiante. Estou muito feliz por estar aqui e ansioso para contribuir. 

Penny Bernath no Florida Aikikai

Em termos de sua perspectiva como mulher praticante, operadora de dojo e professora mestre – há alguma história relacionada a desafios específicos de gênero em sua história no aikido que você possa compartilhar? 

Você tem algumas horas (risos)? 

Quando comecei no aikido, minha vida pessoal era uma bagunça. Quando entrei na porta do dojo, havia toda essa estrutura. Amei essa estrutura. E eu amo que havia pessoas para respeitar. Você tirou os sapatos, curvou-se no   tapete, curvou-se para as pessoas. A harmonia, a estrutura e a comunidade foram o que me manteve lá. Eu queria isso.

Mas uma coisa que descobri foi que parte da estrutura era que, na aula, a gente se alinhava por ordem de classificação. E assim, se eu testasse para o 3º kyu, por exemplo, eu tomava meu lugar, subia. Mas se seis meses, ou mesmo um ano depois, um homem testasse o 3º kyu, ele se sentava na minha frente. Isso continuou nos primeiros oito anos da minha experiência no aikido, antes de Peter (Bernath) chegar. Isso me fez sentir que, não importa o quanto eu chegasse, eu nunca estaria na frente da fila, porque se um homem, mesmo que chegasse 10 anos depois de mim, tivesse minha posição, ele se sentaria na frente mim. Eu me senti como um cidadão de segunda classe, honestamente.

Isso está confuso.

Eu sei. Mas agora, sou um membro do comitê técnico e agora estou sentado na frente da fila. Então, acho que mostra que o aikido está avançando e aceitando o caminho que a sociedade está ditando. Há mudança.

“Eu vi o Aikido mudar e eu vi meu lugar nele mudar. As mulheres precisam não apenas ser tratadas como iguais, mas também consideradas iguais.”

Você compartilhou comigo uma história sobre uma experiência de treinamento que teve décadas atrás no Aikikai Hombu Dojo. Você está aberto a compartilhar isso? 

Certo. Em 1986   fui ao Japão com um grupo dos Estados Unidos. Yamada Sensei e Kanai Sensei vieram conosco. Eu estava muito animado. Um dia, eu queria treinar na aula da manhã, mas ninguém mais queria ir naquele dia. Então, eu descobri o transporte e fui sozinho. Quando era hora de praticar, todos me ignoravam quando era hora de formar duplas. Restava apenas uma pessoa sem um parceiro de treino, um cavalheiro japonês. Ele não teve escolha a não ser trabalhar comigo, e ele não queria. Ele realmente não queria reconhecer minha existência.

A primeira técnica que praticamos foi shomenuchi sankyo, e esse homem literalmente não reconhecia minha existência. Eu era faixa-preta na época, mas ele era do Hombu Dojo então, claro, por questão de etiqueta, eu o ataquei primeiro. Mas ele não faria nada. Ele simplesmente me ignorou quando eu o ataquei. Então eu continuei batendo na cabeça dele pensando que ele tinha que responder. O que eu deveria fazer?

(Kisshomaru) Doshu estava dando aula e ele veio. Ele ficou muito chateado com esse cara por não fazer a técnica, então ele continuou mostrando a ele como executar o movimento, comigo como seu parceiro de demonstração. Fiquei emocionado com isso. Mas este homem simplesmente  não podia fazê-lo. O Doshu voltou mais de uma vez e não ficou feliz com isso. 

Como aquilo fez você se sentir?

Depois de inúmeras tentativas fracassadas de fazer com que meu parceiro se envolvesse comigo, eu só queria encolher na inexistência. Eu não queria estar lá. Eu queria desaparecer. 

E quando voltei ao hotel, havia uma mensagem solicitando que eu fosse ver Yamada Sensei imediatamente. Eu nunca tinha visto Yamada Sensei tão bravo. Ele disse que o Doshu ligou para ele para contar sobre o incidente e que eu fui rude e desrespeitoso. Alguns dos detalhes do incidente não chegaram corretamente a Yamada Sensei, ou foram comunicados de uma perspectiva diferente. Yamada Sensei ficou furioso e me disse que eu desrespeitava ele e a arte. Eu queria contar ao Yamada Sensei os detalhes do que aconteceu, mas ele estava muito chateado naquele momento. No final, ficou bem. No entanto, se eu fosse um homem, isso nunca teria acontecido. Nenhum dos homens que foram comigo nessa viagem teve problemas assim no tatame.

“Não quero dizer que amo todos com quem treino. Eu não. Mas a alegria que vem de um bom fluxo de prática é incrível.”

E então, mais tarde naquele mesmo ano, Doshu veio para o acampamento de verão da USAF. Antes do seminário, todos se perguntavam quem Doshu poderia usar como uke e as pessoas comentavam especificamente que ele nunca chamava as mulheres de ukes.   Então o Doshu começa a aula e me chama para ser seu uke. Fiquei chocado. Eu literalmente sentei lá por um segundo sem saber o que fazer. 

Que técnica ele demonstrou com você?

Shomenuchi sankyo, a mesma técnica que eu deveria estar praticando com aquele cara no Hombu Dojo. Eu devo ter causado tal impressão no Doshu (risos).

Penny Bernath ensinando na Florida Aikikai

Por que você pratica aikido? O que a arte significa para você?

É o empoderamento. Eu amo isso. Acho que é uma troca poderosa de energia. É Magica. Acho que não há outro sentimento como esse. Você está jogando outro ser humano com um poder tremendo e não o machucando. Não quero dizer que amo todos com quem treino. Eu não. Mas a alegria que vem de um bom fluxo de prática é incrível. E então, onde mais você vai conseguir isso?   Acho que algumas pessoas sentem falta da beleza do Aikido quando tentam encaixá-lo na categoria de esporte combativo.

Conte-me sobre seu relacionamento com Yamada Sensei. Quando você começou a treinar com Yamada Sensei? 

Eu tinha 20 anos e o dojo em que treinei tinha apenas seis alunos. Meu professor me abordou um dia e me disse que dois professores veteranos de aikido estavam vindo para a Flórida apenas para passar férias; nada de aikido. Ele me pediu para buscá-los no aeroporto e cuidar deles enquanto estivessem na cidade. Eu não os conhecia de jeito nenhum. Eu tinha acabado de começar no aikido. Quando eles desceram do avião, eu os chamei de Yamada e Kanai. Eu nem sabia tratá-los como “Sensei”. Eles estavam em seus 30 anos e para mim, eles eram como estrelas do rock. Eles saíram daquele avião, e Yamada Sensei parecia Elvis Presley e Kanai Sensei era tão incrivelmente bonito e carismático. 

Tivemos um grande momento. Eu trouxe minha irmã comigo e fizemos o nosso melhor para cuidar de Yamada Sensei e Kanai Sensei. Nenhum de nós tinha dinheiro, então foi uma experiência muito modesta para todos nós. Jogamos pingue-pongue e fomos à praia, mas principalmente eles queriam ficar sozinhos. Eles eram amigos que queriam sair e passar algum tempo juntos sozinhos. 

“(Yamada Sensei) sempre respeitou que eu pudesse organizar as coisas e ele confia em mim a responsabilidade financeira e organizacional. Ele abriu o mundo do aikido para mim e por isso estou completamente em dívida com ele. Eu sou querido por ele por isso.”

Sinto que, por não conhecê-los no tatame, meu relacionamento com eles foi forjado de uma maneira completamente diferente. Em retrospecto, acredito que tive muita sorte, porque eu era péssimo no aikido na época e, em vez de eles me conhecerem nesse contexto, todos começamos nosso relacionamento como amigos. Mais tarde, quando comecei a treinar com eles, tive a sensação de que eles estavam pensando: “Ah, esqueça. Ela nunca vai conseguir isso, mas ela é legal, então vamos mantê-la por perto.”

Começou uma relação de confiança de longo prazo. Yamada Sensei veio para a Flórida muitas vezes depois disso. Ele gostava de fazer seminários aqui. 

Quando meu primeiro professor se mudou, Yamada Sensei me deu dinheiro para começar nosso dojo e ele derrubou Peter (Bernath). Yamada Sensei me disse: “Vou trazer um instrutor de Nova York, mas você cuida de todos os aspectos organizacionais e de negócios do dojo e se reporta a mim”. E assim, quando começamos o dojo, Florida Aikikai, Peter e eu estávamos em pé de igualdade com Yamada Sensei. Então, foi uma parceria.

Yoshimitsu Yamada com Penny Bernath c. 1974

E agora, Yamada Sensei tem 80 anos. Como é a sua relação com ele agora, depois de 40 anos?

Muito querida. Eu me preocupo com ele, me preocupo com ele e quero vê-lo, o que a pandemia dificultou muito. Ele é como meu pai, mas de uma maneira diferente, e eu me importo profundamente com ele.

Dar-me a responsabilidade de organizar o seminário anual de inverno da USAF foi gigantesco. E se é porque eu era mulher, que assim seja, porque abriu todas as portas para mim.   Ele sempre respeitou o fato de eu poder organizar as coisas e confia em mim a responsabilidade financeira e organizacional. Ele abriu o mundo do aikido para mim e por isso estou completamente em dívida com ele, e sou querido por ele por isso.

A USAF tem estado no centro das atenções recentemente por questões de equilíbrio de gênero e equidade. O que foi feito na organização para resolver isso? E, como membro sênior da USAF, que mudanças você gostaria de ver implementadas no futuro? 

Direi algumas palavras sobre isso do meu ponto de vista pessoal, mas, por favor, lembre-se de que não estou falando em nome da USAF oficialmente agora.

Estou agora no comitê técnico, e isso é enorme. Yamada Sensei vem de uma origem muito japonesa. Mas embora tenhamos raízes japonesas, somos uma sociedade global. E globalmente, as questões das mulheres estão mudando. E assim, em um sentido natural, o aikido também precisa mudar. E já tem. Eu sou uma testemunha em primeira mão disso. Eu vi o Aikido mudar e eu vi meu lugar nele mudar. As mulheres precisam não apenas ser tratadas como iguais, mas também consideradas iguais.

Houve conflito e as coisas mudaram. E as coisas precisam continuar a mudar. Para que a mudança aconteça, tem que haver conflito. A questão é: como organizamos esse conflito de uma maneira que produza resultados positivos? 

Há mais alguma coisa que você gostaria de compartilhar com a comunidade do Aikido Journal?

Eu aprecio muito que você me deu a oportunidade de ter voz e compartilhar meus pensamentos e experiências no mundo do aikido. Há muito tempo quero comunicar essas coisas e nunca tive uma oportunidade como essa.   Muito obrigado.

Nota do autor: Agradecimentos especiais a Brad Edwards por fornecer a fotografia para este artigo.

Josh Gold


Editor Executivo do Aikido Journal, CEO do Budo Accelerator e Instrutor Chefe do Ikazuchi Dojo.


Aumenta o caminho percorrido, cresce a responsabilidade

Na semana passada tive uma experiência  que me fez pensar: Um amigo meu, que tem academia e foi meu sócio, foi procurado por um professor de aikido. Queria saber se conhecia e minha opinião sobre ele. Ocorre que eu conheço, pois estivemos trabalhando junto como yudanshas de um grupo por alguns anos. Ele me decepcionou bastante, pois descobri que este, que frequentou minha casa, e eu a dele, na minha ausência me detratava e jogava contra mim dentro do grupo. E por simples ciúme, ou necessidade de sobressair neste grupo. Este aparentemente gostava desse jogo de intrigas na época. Fiquei satisfeito comigo, pois apesar de poder prejudica-lo, tendo um gosto de uma “vingancinha”, me senti totalmente livre do desejo de querer faze-lo. Senti que o espirito do aikido me contaminou de alguma forma estes anos. Isso é bom. Acho que aprendi alguma coisa. Me limitei a fazer elogios ao bom aikidoka e professor que é. É mesmo. E, diplomaticamente, disse que não poderia afiançar o trato dele com o dono de academia( para evitar ser cobrado como “fiador” de comportamento futuro) mas que ele havia ficado, pelo que sei, em relação harmoniosa com a antigo local por uns 10 anos. No fim, o destino não quis que ele fosse para lá. Não tinha horário este meu amigo. Talvez os kamis do aikido não quiseram. Mas deixei a eles o julgamento. Mas do que poderia supor, recebo estas consultas e tenho tentado ir pelo caminho correto. Somente ano passado teve um caso que desaprovei realmente, quando um sujeito de péssima índole, que também conheci, quis entrar na Sansuikai por meio de um amigo meu de SP. Contei a ele tudo que sei. Não por vingança, mas por que minha responsabilidade com a sansuikai é grande. Dito pelo próprio Yamada Sensei. Além da amizade com este meu amigo, que seria seu sensei. Por que seria um problema sério. Não só pelo que aconteceu comigo diretamente, mas este sujeito causou problemas em outros locais por onde andou. Acredito que infelizmente não só seja questões de caráter, mas psicológicas. Não são só intrigas. Mente e vive em um mundo de fantasia como se realmente acredita-se nessas mentiras. Não só no aikido, mas na vida dele em geral, pois soube de coisas dele como contratado na Petrobas, que por coincidência me chegaram lá dentro. Ou talvez não seja coincidência. A informação seria utilizada depois em prol da Sansuikai. Mas este é um caso realmente muito atípico. Na maioria são só um pouco errados no caminho do aikido, e na maioria das vezes, também em um só momento. Como este caso agora que me chegou. Mas quem não erra tanto antes de acertar? Acho que estou começando, depois de 30 anos, a aprender algo com o aikido.

Walter Amorim sensei

Trombando com Yamaguchi

William Gleason sensei
Iniciarei com os eventos que me conduziram a descoberta do aikido e até o encontro com meu primeiro professor, Yamaguchi Seigo. No inicio de 1960, após uma carreira competitiva de ginasta campeão, eu terminei o high-school, ou melhor, a escola secundária terminou comigo.
Eu tinha amigos universitários que faziam parte da sociedade boêmia de Mineápolis e eu passava o meu tempo no mundo musical do campus universitário.
Eu adentrava as noites escutando Bob Dylan, Dave Ray, e Johnny Koerner. Fiquei tão empolgado pela música que me tornei um guitarrista autodidata. 
Era o tempo da volta dos folk/blues, e os artistas negros vinham tocar no campus universitário.
Era a festa!!
A música e a bebida, freqüentemente rolavam até o raiar do sol. Depois que os cafés e bares fechavam, os músicos pegavam seus instrumentos e iam para as “casas de festas”, montavam seus instrumentos em cada quarto e tocavam livremente até o sol nascer. Eu me identifiquei com isto e sentia uma conexão espiritual com esses músicos vagantes, sem compromissos e que procuravam se esquecer das dificuldades e sofrimentos deles.
Inspiração- A viagem
Era uma tarde de domingo, eu estava festejando com amigos num jardim florido em Mineápolis. Estava deitado na grama, relaxando, quando eu senti uma grande claridade, de repente, vi que havia uma grande perfeição em tudo e que todo o mundo era uma parte daquela perfeição, até mesmo se nós fôssemos desavisados disto. Eu interpretei isto como uma experiência espiritual genuína. 
“Eu desci da montanha” e fui ao fastfood mais próximo e pedi um cachorro quente. Depois de uma mordida, eu joguei tudo fora, com nojo. Desde então, embora eu continuasse tocando e no mundo musical, eu só comia comida vegetariana, corria dez milhas por dia, e meditava todas as manhãs e a noite. Eu queria entender o mundo de espírito ou ki. Na época eu não sabia esta palavra ki.
O lugar para “fazer isto”, na música, naquele momento, era Boston e assim no outono de 1961, eu me mudei e fui para uma audição no Clube 47, no campus de Universidade de Harvard. Eu tive bastante sorte de poder tocar na entrada da apresentação de John Lee Hooker. 
Numa ocasião, um colega musico me deu saco com arroz marrom e me falou sobre uma disciplina espiritual chamada Macrobiótica e que eu deveria escutar as conferências de japonês chamado Tomio Kikuchi (Nota- Tomio Kikuchi emigrou para o Brasil, em 1955. Dirigi com Bernadete Kikuchi o Instituto do Principio Único, em Mairiporã-SP). O Sr. Kushi foi estudante de George Ohsawa (Sakurazawa Nyoichi), que era um amigo íntimo de Morihei Ueshiba (fundador do Aikido). O papo dele me seduziu e eu cai de cabeça no caminho de Macrobiótica, estudando dieta, medicina e filosofia oriental, e a “ordem do universo”, de acordo com Kikuchi. Daí em diante, eu deixei a musica para sempre. Cheguei a dar curso de macrobiótica e dirigi uma comunidade macro.
Porém, eu ainda sentia algo estava errado ou incompleto. Nem o bem estar físico resultado da dieta, nem o conhecimento de filosofia oriental realmente me levou a auto-realização. Então um dia em Cambridge, Massa. eu vi um homem japonês curto e atarracado de nome Mitsunari Kanai fazendo uma arte marcial chamada aikido.
Eu fiquei vidrado. Era a poesia e filosofia em movimento. Era a revelação acontecendo, finalmente! 
Durante uma palestra sobre macrobiótica, feita por Takezo Yamaguchi, ele me falou que o irmão dela era um professor de aikido famoso em Tóquio. Dado ao meu interesse por Aikido, ele me deu uma carta de recomendação.
Olhem só o que eu pensava: iria para o Japão por três anos, dominaria esta arte incrível, e então traria tudo isto para ensinar aos outros.
Quando eu cheguei ao Japão, eu estava seguro que eu tinha achado o paraíso espiritual. Eu fui para um parque e sentei a contemplar este lugar incrível lá. O silêncio deste país era ensurdecedor e parecia uma corrente de energia.
Em Tóquio, por sorte, encontrei emprego para ensinar inglês, na Nichibei Kaiwa Gakuen (hoje, o Centro de Educação Internacional).
Através do famoso musico de jazz, Gary Peacock, que eu conheci nos círculos macrobióticos, consegui alojamento fácil. Depois disso, estava pronto para iniciar minha aventura maravilhosa. 
Trombando com Yamaguchi sensei 
Sensei Yamaguchi dava aulas na Hombu dojo e tinha um pequeno dojo em Ikenoue, distante meia hora de trem da Hombu dojo. Era um dojo com 24 tatamis em uma casa pequena.
Tatamis de trançado denso, porém, mais duros que os atuais tatamis.
Finalmente, uma noite, eu me apresentei no dojo de Ikenoue com minha carta de recomendação. Yamaguchi ficou irritado. Ele nunca tinha tido um estudante estrangeiro e parecia ele não gostaria de ter um particularmente. Neste dojo só treinava os poucos escolhidos por ele. Havia uma atmosfera de segredo, como se a essência da arte só seria achada ali. Embora Yamaguchi pudesse falar inglês, ele se recusou fazer assim, utilizou um dos estudantes dele como um intérprete. Para aumentar o mau humor dele, minha arrogância era óbvia. Eu achava que meus estudos passados me deram uma perspicácia em aikido que poucos outros tiveram. Eu verdadeiramente era uma espada na frente dele. Por outro lado, ele não poderia me recusar, pois eu vinha com uma carta de recomendação do irmão mais velho dele. 
Eu senti um presságio que meu tempo neste dojo seria pequeno, pois Sensei mostraria uma técnica, e como eu não entenderia o que ele estava dizendo em japonês, ficaria frustrado. Yamaguchi saiu do canto, onde ele normalmente sentava com roupa de rua, fumava e dava instrução, entrou no tatami e “BAM”, me afundou com um irimi-nage. Eu cai no tatami como uma pedra que cai de um telhado de dois andares. Era como se para dizer, “adivinha o que esta te esperando!”.  Ele parecia obter prazer quando uma moça pequena que era quinto dan (eu era na ocasião sexto kyu) me afundou da mesma maneira.
Estava acontecendo rapidinho o meu despertar difícil para a realidade de treinar e morar no Japão. 
Meses depois, alguns estudantes dele me pediram que eu ministrasse aulas particulares de inglês para eles. Eu ofereci meu trabalho cobrando metade do preço da hora.
Na noite seguinte quando eu vim treinar, Sensei estava indignado. Ele gritou furioso comigo que só me permitiu treinar lá por circunstâncias especiais e que eu pedir dinheiro dos estudantes dele era intolerável. As únicas palavras japonesas eu pude entender claramente era fora daqui e não volte mais!  Assim, minha experiência no Ikenoue dojo se acabou. 
Então, me matriculei a dojo de Honbu e estudei com sensei Yamaguchi na segunda-feira noite e terça pela manhã. Porém, nos outros dias, eu tinha aula com Doshu, sensei Osawa, sensei Saotome, e muitos outros. Estas experiências foram inestimáveis e merecem ser contadas noutro ocasião. 
Através dos amigos do dojo de Ikenoue eu descobri Takeda sensei um top estudante de Yamaguchi com dojo em Kamakura e comecei a viajar para estudar com ele nos fins de semana. Anos depois que eu soube que sensei Yamaguchi tinha pedido para Takeda sensei me receber e dar atenção. Parece que havia preocupação sincera debaixo do exterior severo dele. 
Sensei Yamaguchi era muito rígido e acreditava que própria etiqueta sempre era necessária. Para ele, porém, significou também isto aquela formalidade imprópria ou extraviada era inaceitável. Uma vez ele chegou em um gasshuku nas montanhas ao sul de Tóquio para descansar em vez de ensinar. Takeda, organizador do gashuku se recusou a dar aula porque Yamaguchi estava presente. Assim durante três dias nós jogamos beisebol. No quarto dia, sensei Yamaguchi, finalmente ministrou aulas. Em outra ocasião, Michio Kikuchi veio para o Japão e passou pelo dojo de Ikenoue para uma visita. Ele abriu a porta sentando em seiza, fez uma reverencia formal. Sensei Yamaguchi gritou para, “O que você está fazendo se curvando a mim? Você é um grande professor. Venha e se sente normal, assim nós podemos falar!”
Para ela, etiqueta devia ser apropriada, mas também adequada a todos os aspectos do tempo, lugar, e situação. Em outra ocasião eu participei de um gasshuku universitário. A prática era iniciada às 5 da manhã corria-se a montanha para cima e para baixo e fazia-se calistenias, antes de classe matutina. Na hora do café da manhã eu estava completamente faminto, contudo eu retirei a porção de carne de minha refeição e coloquei ao lado. Sensei Yamaguchi me perguntaram, “Por que você não você come sua carne?” Eu respondi que carne me fazia ficar lento e reduzia minha força. Ele disse “então, se você entende assim, você não deveria ter apanhado!”
Ele rejeitava as pessoas que fazem tudo por costume ou seguiam regras sem fundamentação, ou baseado em experiência pessoal ou convicção. 
Durante os dois anos seguintes eu estudei com sensei Yamaguchi na Honbu Dojo. Ele ensinava três classes de uma hora na segunda-feira pela noite, e na terça-feira pela manhã. Doshu¹s 6:30 seguinte É classe outra hora. Eu freqüentava a aula matutina do Doshu aproximadamente três vezes por semana e as classes com outros professores na manhã e noite. Nos fins de semana, eu saia do meu pequeno quarto de 4,5 tatamis em Komai e pegava o trem para Noborito, fazendo conexão para Kamakura. Levava mais de duas horas para chegar lá, mas valia, pois a aula de domingo era de 9:00 a meio-dia. Em anos posteriores, quando eu estava treinando, novamente, no dojo de Yamaguchi sensei continuei este treinamento de domingo. Eu almoçava em Kamakura e voltava de trem e treinava a noite, em Shibuya, com ele. 
A volta ao dojo do Yamaguchi sensei foi conseguida depois meus insistente pedidos em Kamakura que e me permitiu estudar novamente ao dojo dele. Antes disso, ele me conheceu bem bastante para saber quem eu era. Eu falava razoavelmente bem o japonês e já tinha recebido meu shodan da Honbu. 
Após algum tempo, ficou necessário achar um dojo novo para sensei Yamaguchi. Depois de algum procura pelos estudantes mais antigos, acabamos mudando para dojo santuário em Shibuya, Tóquio. Era feito para pratica do kendo de tacos e ninguém gostava de fazer queda nos tacos assim a prática estava lenta e bastante honesta. Se o didn¹t de técnica trabalham, você movimento de didn¹t. 
Depois de dois anos de agitação em minha rotina, ela ficou acomodada a prática diária na Honbu, três vezes por semana, ao dojo de sensei Yamaguchi, e fins de semana em Kamakura com Takeda sensei. O dojo de sensei Yamaguchi era o lugar de pesquisa meticulosa. Na Honbu havia o espaço (e tatamis) para praticar os princípios ensinados por sensei Yamaguchi ao dojo privado dele. A pratica em Kamakura consistia em levar muito ukemi, e era talvez lá que eu comecei a perceber a realidade de hara pela primeira vez. Em anos posteriores, eu aprendi sempre aquele isn¹t de repetição necessário para fortalecer poder de ki. 
Takeda sensei lançava cada estudante dele, depois da aula, até a exaustão e eles não pudessem ficar em pé. Eu me lembro bastante bem desta sensação. Chega uma hora em que onde os músculos de suas pernas já não o erguerão. Eu era capaz levar ukemi sem fim, mas havia tempos quando eu caía e simplesmente não conseguia mais levantar. 
Eu ensinava inglês cerca de cinco horas por dia. Depois disso, eu corria aproximadamente duas milhas para chegar a tempo ao Honbu para a aula das 15 horas. Eu sempre chegava suado e nem precisava de aquecimento.  Após a aula saiamos atrás de uma cafeteria e matava tempo até chegar a aula da 17:30. De 18:30 até as 19:00, havia prática grátis/livre, e então, novamente, aula de 19:00 até as 20:00. Esta era minha rotina, normal, com uma hora de prática grátis antes de ir para casa.  
A maioria das pessoas, como eu, moravam longe e tinham que partir antes de os trens pararem de circular.
Todas as noites ensinava um professor diferente, e a maioria era de nível de setimo ou oitavo dans. Era Osawa, Watanabe, Koichi Tohei, Saotome, Sasaki, o jovem Endo, Doshu, e muitos outros. Entre os três dojos eu treinei a média de vinte horas semanais durante os dez anos que eu morei no Japão. 
No dojo de Honbu, as classes de sensei Yamaguchi eram mais assistidas. Era comum haver oitenta pessoas ou mais para à classe noturna dele. Havia muitos estrangeiros nas aulas de Yamaguchi sensei, principalmente franceses. Os franceses constituíam a maioria dos estudantes estrangeiros e, como eu, eles vinham sempre para ficar, algumas semanas até um ano. 
A maioria dos americanos não ficavam mais de seis meses. Treinar na Honbu naquela ocasião requeria muita dedicação e abnegação.
Os professores da Honbu não tinham habito de freqüentar as aulas um dos outros, contudo havia alguns professores que assistiam a aula de sensei Yamaguchi com um pouco de regularidade. Primeiramente, sensei Saotome que já era reconhecido como professor embora ele fosse mais jovem que a maioria dos estudantes de segunda geração do fundador. Sensei Chiba e o estudante dele, Shibata, também assistiam as aulas de Yamaguchi sensei. Shibata não parecia gostar do modo de Yamaguchi o lançava, contudo foi atraído pelo mistério de como ele conseguia fazer isto.  
Os movimentos de sensei Yamaguchi eram freqüentemente tão jejum?? que até mesmo os professores de alto-posição às vezes tiveram dificuldade que leva o ukemi dele. Eu testemunhei sensei Yamada, sensei Chiba, pessoalmente o Takeda sensei, Endo, Shibata, Sasaki, e claro que Saotome que levarem ukemi de Yamaguchi. Até mesmo assistir estava temeroso e eu aprendi algo sobre um grau de intensidade que nós não temos em nossa prática hoje.  
Embora eu tivesse a oportunidade para levar muito ukemi de sensei Yamaguchi no próprio dojo dele, eu tinha menos chances na Honbu por causa do número de estudantes. Sensei tinha dois ou três estudantes a Honbu que levou noventa por cento dos ukemi. Em primeiro lugar, era Yasuno que era meu senpai igualam antes de ele entrasse em Honbu. Ele tinha estudado com Yamaguchi desde escola secundária e era muito forte e flexível.  
Eu gostava de levar comovente ukemi rápido de sensei Yamaguchi na Honbu assim eu ficava tão atento quanto possível. Eu sabia que Sensei estava ligado nisto quando ele caminhava ensinando através de exemplos. No momento que minha atenção vagasse ele me chamaria. Eu devia saltar e atacar, como se minha vida dependesse disto. Eu adivinho que isto era parte do ensinamento de Yamaguchi sensei: Você deve estar sempre alerta e pronto. 
Todos meus dans vieram da Hombu. Eu quis receber grau diretamente de sensei Yamaguchi, mas ele insistiu que fosse formalmente pelo aikikai. Ele pensava em meu futuro, ele sempre quis apoiar a memória e o legado de O-sensei. Devido à popularidade dele e habilidade com estudantes estrangeiros e japoneses, pensavam as pessoas que sensei Yamaguchi poderiam começar a sua própria organização dele de aikido, contudo ele nunca teve esta intenção. Ele repugnou a idéia de poder individual e achava que todo o mundo deveria trabalhar junto até mesmo se tivessem diferenças de opinião.
Ele não me permitiu ser áspero com meu juniors ou mole com os mais fortes que eu. Sendo um estrangeiro, havia algum deshi de uchi japonês que sentia ali era o lugar deles para me pôr em meu lugar. Em mais de uma ocasião, um indivíduo o levaria isto nele me dar um surrando severo. Às vezes eles usaria o truque de trazer suavemente ao tapete e na ultima hora esmagar embaixo abaixo. Eu não gostava de treinar com estas pessoas, contudo sensei Yamaguchi insistiram que eu não tivesse nenhuma tal preferência. Uma vez, eu estava treinando com uma menina jovem e parece eu a derrubei muito fortemente com um irimi nage. Yamaguchi gritou e as pessoas pararam e se sentaram em seiza. Ele mostrou para todo o mundo meu engano. Eu me senti muito pequeno. 
No dojo de Shibuya quando o treino da noite terminava, todo o mundo mudaria a roupa veste e sentava ao redor de Yamaguchi sensei. Nós escutávamos mais do que falávamos. Se você entrasse na conversação, devia falar com precaução. Se falasse absurdos, Sensei riria na sua cara. Ele era um homem de experiência larga e estudo e teve condição de falar de  quase qualquer tópico. Às vezes ele falaria para durante uma hora e alguns dos estudantes eram forçados a se desculpar educadamente para sair. Naquele momento, Yamaguchi sairia para passear, sempre com o cuidado dos mais antigos se levantarem primeiro e acompanharem.
Sensei Yamaguchi não permitiram o treino áspero. Ele insistia que os estudantes tirassem a tensão do corpo inteiro e trabalhasse só para graça e efetividade durante princípio e técnica. Ele ensinou aquele poder era um imperativo, contudo deve ser poder total que incluiu músculo, mente, e ki que trabalham em harmonia. 
Durante classe ele não explicava muito sobre a técnica, mas trabalhava pessoalmente com cada estudante. Porém, depois de classe ele amava sair para os cafés e beber café e fumar cigarro e conversar. Uma vez ele passou um dia inteiro depois da aula da manhã, indo de café em café e conversando. Ele se tornava tão interessado na conversação que ele não queria parar nada. Era durante estas vezes quando estava claro quanto que ele realmente amava estar com pessoas.  
Eu me lembro de uma ocasião logo antes de eu deixar o Japão. Nós estávamos num café e um dos estudantes perguntou o que eu faria quando eu voltasse à América. Eu disse que eu gostaria de ensinar Aikido. Sensei Yamaguchi falou, “Você gostaria de ensinar aikido? Você vai ensinar aikido!” Assim, apesar das muitas repreensões que eu recebi dele, durante os anos, ele apoiava desde o princípio meu sonho. Ele saiu do modo dele para ainda ser duro nos mais talentosos e seria muito íntimo com aqueles que eram menos sérios. Às vezes ele jogava o Takeda sensei muito duro e então caminhava como se dizer, “Sem truques!” Talvez Isto fosse difícil aceitar para alguém, como Takeda sensei que já era conhecido como um professor nivelado alto, contudo, Takeda posteriormente diria, sensei Yamaguchi” é um homem de grande fortaleza espiritual.”
Os estudantes de sensei Yamaguchi foram para a América e tentaram ensinar o modo de sensei Yamaguchi de prática. Pela noite, após o treino ele lia, rindo basta te, as cartas deles nas quais eles disseram inevitavelmente como impossível era ensinar o aikido dele. Ninguém poderia entender ou poderia concordar com as técnicas dele que pareciam fluir tão sem esforço. Realmente não é nenhuma surpresa. Até mesmo os professores de alto posição de dojo de Honbu normalmente não puderam entender como sensei Yamaguchi era capaz de tão sem esforço o que ele fazia. Levar o ukemi dele era uma experiência indescritível. Ele tocava como uma pena, contudo você voaria fora seus pés como se você tinha sido batido por um tornado e tinha sido arremessado sobre o tapete como um saco de pedras.  
Realmente é uma vergonha que seja pequena a documentação do aikido de Yamaguchi. Ele era, nos olhos da maioria do shihan de segunda geração, um gênio de Budo. Ele era um artista, mas também um homem de filosofia funda e convicção. Ele não seguiu nenhuma convicção religiosa rígida, contudo era um r estudante de Lao Tsu e da filosofia de yin e yang. O amor dele para a espada, junto com o visão de mundo dele e filosofia parecia ser o que formou a técnica compreensiva e precisa sem igual dele. Assistindo o aikido dele você poderiam ver a precisão e beleza de espada claramente. Ele nunca deu muita ênfase a repetição, mas bastante disse a pessoa deveria estar no momento e focaliza em cada movimento singular como se fosse a única coisa em existência. 
No dojo sensei Yamaguchi se parecia sempre um gigante. O ki dele pareciam estender em todos lugares. Quando ele caminhava sobre o tatami que ele levou uma autoridade inegável que não teve nada que ver com grau ou posição. A autoridade dele veio do próprio ego-conhecimento dele e da falta de presunção. Porém, na rua em roupas comuns ele era um homem comum. Ele vestia roupas confortáveis solto e nenhuma diferente que qualquer outro. Ele tinha quase 5 anos’ 6 ” alto, e ele pesou só 135 libras. Este parece pasmando totalmente como eu o vi lançar um estudante de sumo ao tapete uma vez.
Quando ele caminhava na rua ele parecia muito alerta, contudo, completamente relaxado. Os braços dele penduraram livremente aos lados dele quando ele caminhou e olhou como se eles pesaram uma tonelada cada. Os olhos dele, um dos quais sempre foram fechados mais que o outro, olhou para você com grande intensidade. Quando ele sorria com um sorriso de orelha-para-orelha que parecia retratar o mesmo ki expansivo tão óbvio na técnica de aikido dele. Quando tal uma expressão veio adiante que estava claro que ele teve um grande calor de sentir e compaixão, apesar da exatidão habitual dele.
Sensei era freqüentemente rodeado pelos devotos mais íntimos dele e ele parecia gostar que uma grande conversa e intercambio. Esses que estavam perto dele o amaram. Por exemplo, até mesmo grande professor de aikido no Japão ganha muito pouco dinheiro e tem uns fins de fabricação de tempo duros se encontrar. Ao término do ano era um costume entre os estudantes mais íntimos dele levar uma coleção e lhe trazer um “sackfull” de dinheiro ajudar com as despesas dele durante o ano a chegar. Era como se dizer, “Por favor, seja bem e continue nos ensinando por este ano novo.” 
Durante meus últimos três anos no Japão, eu me mudei para Kamakura porque eu quis desfrutar lá a beleza. Durante aquele tempo minha comutação para trabalho e keiko foi invertida de Kamakura para Tóquio. Cada ano, eu ameacei voltar à América e cada ano os estudantes de dojo de Kamakura agiram à altura dos acontecimentos para me despachar fora com um andamento festa. Tornou-se uma piada barata porque repetidas vezes eu mudei minha idéia e ficava mais outro ano. Ao todo, eu fiquei no Japão durante dez anos sem retornar uma vez. Em todo caso, eu fazia a pergunta se eu deveria morar no Japão para o resto de minha vida. Eu tinha ficado bastante confortável lá, estudando Aikido com os melhores professores no mundo, ensinando inglês, e vivendo dentro da paisagem elegante e encantadora de Kamakura. Se eu não partisse logo eu ficaria para sempre e meu sonho de passar os ensinos que tinham sido dados a mim seria perdido. Finalmente depois que dez anos que eu voltei.
Abri meu dojo em Brookline, Massachusetts e tenho ensinado lá desde então. Em várias ocasiões entre 1980 e 1990 eu visitei o sensei Yamaguchi, mas depois ficou muito difícil voltar. Os anos passaram e em janeiro fim 1996, nós soubemos que sensei Yamaguchi tinham falecido de repente no sono dele. Era um grande choque para todos que o conheceram. Ele tinha quase setenta anos, ainda inacreditavelmente jovem. O cabelo dele era ainda preto e ele se movia como um homem nos de trinta. Sensei nunca tinha sido um homem que comia muito, embora ele fosse bastante rígido sobre o que ele comia. Bebia uma única cerveja em ocasiões raras para ser sociável. Ele gostava de beber café, fumar cigarros, e falava tanto que eu penso que ele ficava freqüentemente todo o dia esquecendo de comer qualquer coisa ou nada de fato. Estes hábitos, durante anos, criaram uma ulceração no intestino dele. O doutor o aconselhou cortar o cigarro, e disse que se ele fizesse isto ele teria uma vida ativa durante outros vinte anos. 
Sensei Yamaguchi era, porém um homem que acreditou muito fortemente na ordem natural de coisas. Ele optou para se arriscar que talvez ele pudesse curar a situação ele. Me foi falado que na noite antes da morte dele ele participou de uma demonstração de aikido e terminou com um ataque de três-homem. Isto não era nada incomum para Sensei, contudo após a demonstração ele parecia estar com a respiração fraca e bastante incomodado. Recusou um passeio e sensei Yamaguchi disse que iria para casa da maneira dele e desapareceu na noite. Naquela noite, 24 de janeiro, ele morreu dormindo de hemorragia interna. 
Quando eu ouvi que sensei Yamaguchi tinha falecido eu senti um vazio profundo dentro de mim. Eu recebi tanto dele. Não só ele me ensinou aikido, mas até mesmo mais, ele me ensinou certa honestidade, integridade e respeito por vida. Em muitas formas ele era mais como um pai a mim do que um professor. Ele me deixou com uma visão e um sonho que eu ainda estou procurando hoje: a pesquisa adicional de aikido e tudo de suas muitas aplicações para nossa vida diária.  

Seigo Yamagushi sensei
Olhem só o que eu pensava: iria para o Japão por três anos, dominaria esta arte incrível, e então traria tudo isto para ensinar aos outros. Quando eu cheguei ao Japão, eu estava seguro que eu tinha achado o paraíso espiritual. Eu fui para um parque e sentei a contemplar este lugar incrível lá. O silêncio deste país era ensurdecedor e parecia uma corrente de energia. Em Tóquio, por sorte, encontrei emprego para ensinar inglês, na Nichibei Kaiwa Gakuen (hoje, o Centro de Educação Internacional).Através do famoso músico de jazz, Gary Peacock, que eu conheci nos círculos macrobióticos, consegui alojamento fácil. Depois disso, estava pronto para iniciar minha aventura maravilhosa. Trombando com Yamaguchi sensei Sensei Yamaguchi dava aulas na Hombu dojo e tinha um pequeno dojo em Ikenoue, distante meia hora de trem da Hombu dojo. Era um dojo com 24 tatamis em uma casa pequena. Tatamis de trançado denso, porém, mais duros que os atuais tatamis. Finalmente, uma noite, eu me apresentei no dojo de Ikenoue com minha carta de recomendação. Yamaguchi ficou irritado. Ele nunca tinha tido um estudante estrangeiro e parecia ele não gostaria de ter um particularmente. Neste dojo só treinava os poucos escolhidos por ele. Havia uma atmosfera de segredo, como se a essência da arte só seria achada ali. Embora Yamaguchi pudesse falar inglês, ele se recusou fazer assim, utilizou um dos estudantes dele como um intérprete. Para aumentar o mau humor dele, minha arrogância era óbvia. Eu achava que meus estudos passados me deram uma perspicácia em aikido que poucos outros tiveram. Eu verdadeiramente era uma espada na frente dele. Por outro lado, ele não poderia me recusar, pois eu vinha com uma carta de recomendação do irmão mais velho dele.
Eu senti um presságio que meu tempo neste dojo seria pequeno, pois Sensei mostraria uma técnica, e como eu não entenderia o que ele estava dizendo em japonês, ficaria frustrado. Yamaguchi saiu do canto, onde ele normalmente sentava com roupa de rua, fumava e dava instrução, entrou no tatami e “BAM”, me afundou com um irimi-nage. Eu cai no tatami como uma pedra que cai de um telhado de dois andares. Era como se para dizer, “adivinha o que esta te esperando!”. Ele parecia obter prazer quando uma moça pequena que era quinto dan (eu era na ocasião sexto kyu) me afundou da mesma maneira.
Estava acontecendo rapidinho o meu despertar difícil para a realidade de treinar e morar no Japão. Meses depois, alguns estudantes dele me pediram que eu ministrasse aulas particulares de inglês para eles. Eu ofereci meu trabalho cobrando metade do preço da hora.
Na noite seguinte quando eu vim treinar, Sensei estava indignado. Ele gritou furioso comigo que só me permitiu treinar lá por circunstâncias especiais e que eu pedir dinheiro dos estudantes dele era intolerável. As únicas palavras japonesas eu pude entender claramente era fora daqui e não volte mais! Assim, minha experiência no Ikenoue dojo se acabou.
Então, me matriculei a dojo de Honbu e estudei com sensei Yamaguchi na segunda-feira noite e terça pela manhã. Porém, nos outros dias, eu tinha aula com Doshu, sensei Osawa, sensei Saotome, e muitos outros. Estas experiências foram inestimáveis e merecem ser contadas noutro ocasião. Através dos amigos do dojo de Ikenoue eu descobri Takeda sensei um top estudante de Yamaguchi com dojo em Kamakura e comecei a viajar para estudar com ele nos fins de semana. Anos depois que eu soube que sensei Yamaguchi tinha pedido para Takeda sensei me receber e dar atenção. Parece que havia preocupação sincera debaixo do exterior severo dele.
Sensei Yamaguchi era muito rígido e acreditava que própria etiqueta sempre era necessária. Para ele, porém, significou também isto aquela formalidade imprópria ou extraviada era inaceitável. Uma vez ele chegou em um gasshuku nas montanhas ao sul de Tóquio para descansar em vez de ensinar. Takeda, organizador do gashuku se recusou a dar aula porque Yamaguchi estava presente. Assim durante três dias nós jogamos beisebol. No quarto dia, sensei Yamaguchi, finalmente ministrou aulas. Em outra ocasião, Michio Kikuchi veio para o Japão e passou pelo dojo de Ikenoue para uma visita. Ele abriu a porta sentando em seiza, fez uma reverencia formal. Sensei Yamaguchi gritou para, “O que você está fazendo se curvando a mim? Você é um grande professor. Venha e se sente normal, assim nós podemos falar!” Para ela, etiqueta devia ser apropriada, mas também adequada a todos os aspectos do tempo, lugar, e situação. Em outra ocasião eu participei de um gasshuku universitário. A prática era iniciada às 5 da manhã corria-se a montanha para cima e para baixo e fazia-se calistenias, antes de classe matutina. Na hora do café da manhã eu estava completamente faminto, contudo eu retirei a porção de carne de minha refeição e coloquei ao lado. Sensei Yamaguchi me perguntaram, “Por que você não você come sua carne?” Eu respondi que carne me fazia ficar lento e reduzia minha força. Ele disse “então, se você entende assim, você não deveria ter apanhado!” Ele rejeitava as pessoas que fazem tudo por costume ou seguiam regras sem fundamentação, ou baseado em experiência pessoal ou convicção. Durante os dois anos seguintes eu estudei com sensei Yamaguchi na Honbu Dojo. Ele ensinava três classes de uma hora na segunda-feira pela noite, e na terça-feira pela manhã. Doshu¹s 6:30 seguinte É classe outra hora. Eu freqüentava a aula matutina do Doshu aproximadamente três vezes por semana e as classes com outros professores na manhã e noite. Nos fins de semana, eu saia do meu pequeno quarto de 4,5 tatamis em Komai e pegava o trem para Noborito, fazendo conexão para Kamakura. Levava mais de duas horas para chegar lá, mas valia, pois a aula de domingo era de 9:00 a meio-dia. Em anos posteriores, quando eu estava treinando, novamente, no dojo de Yamaguchi sensei continuei este treinamento de domingo. Eu almoçava em Kamakura e voltava de trem e treinava a noite, em Shibuya, com ele. A volta ao dojo do Yamaguchi sensei foi conseguida depois meus insistente pedidos em Kamakura que e me permitiu estudar novamente ao dojo dele. Antes disso, ele me conheceu bem bastante para saber quem eu era. Eu falava razoavelmente bem o japonês e já tinha recebido meu shodan da Honbu. Após algum tempo, ficou necessário achar um dojo novo para sensei Yamaguchi. Depois de algum procura pelos estudantes mais antigos, acabamos mudando para dojo santuário em Shibuya, Tóquio. Era feito para pratica do kendo em piso de tacos e ninguém gostava de fazer queda nos tacos assim a prática estava lenta e bastante honesta. Se não trabalha a técnica, seu movimento não acontece. Depois de dois anos de agitação em minha rotina, ela ficou acomodada a prática diária na Honbu, três vezes por semana, ao dojo de sensei Yamaguchi, e fins de semana em Kamakura com Takeda sensei. O dojo de sensei Yamaguchi era o lugar de pesquisa meticulosa. Na Honbu havia o espaço (e tatamis) para praticar os princípios ensinados por sensei Yamaguchi ao dojo privado dele. A pratica em Kamakura consistia em levar muito ukemi, e era talvez lá que eu comecei a perceber a realidade de hara pela primeira vez. Em anos posteriores, eu aprendi sempre aquele isn¹t de repetição necessário para fortalecer poder de ki.
Takeda sensei lançava cada estudante dele, depois da aula, até a exaustão e eles não pudessem ficar em pé. Eu me lembro bastante bem desta sensação. Chega uma hora em que onde os músculos de suas pernas já não o erguerão. Eu era capaz levar ukemi sem fim, mas havia tempos quando eu caía e simplesmente não conseguia mais levantar.
Eu ensinava inglês cerca de cinco horas por dia. Depois disso, eu corria aproximadamente duas milhas para chegar a tempo ao Honbu para a aula das 15 horas. Eu sempre chegava suado e nem precisava de aquecimento. Após a aula saiamos atrás de uma cafeteria e matava tempo até chegar a aula da 17:30. De 18:30 até as 19:00, havia prática grátis/livre, e então, novamente, aula de 19:00 até as 20:00. Esta era minha rotina, normal, com uma hora de prática grátis antes de ir para casa. A maioria das pessoas, como eu, moravam longe e tinham que partir antes de os trens pararem de circular. Todas as noites ensinava um professor diferente, e a maioria era de nível de setimo ou oitavo dans. Era Osawa, Watanabe, Koichi Tohei, Saotome, Sasaki, o jovem Endo, Doshu, e muitos outros. Entre os três dojos eu treinei a média de vinte horas semanais durante os dez anos que eu morei no Japão. No dojo de Honbu, as classes de sensei Yamaguchi eram mais assistidas. Era comum haver oitenta pessoas ou mais para à classe noturna dele. Havia muitos estrangeiros nas aulas de Yamaguchi sensei, principalmente franceses. Os franceses constituíam a maioria dos estudantes estrangeiros e, como eu, eles vinham sempre para ficar, algumas semanas até um ano. A maioria dos americanos não ficavam mais de seis meses. Treinar na Honbu naquela ocasião requeria muita dedicação e abnegação. Os professores da Honbu não tinham hábito de frequentar as aulas um dos outros, contudo havia alguns professores que assistiam a aula de sensei Yamaguchi com um pouco de regularidade. Primeiramente, sensei Saotome que já era reconhecido como professor embora ele fosse mais jovem que a maioria dos estudantes de segunda geração do fundador. Sensei Chiba e o estudante dele, Shibata, também assistiam as aulas de Yamaguchi sensei. Shibata não parecia gostar do modo de Yamaguchi o lançava, contudo foi atraído pelo mistério de como ele conseguia fazer isto. Os movimentos de sensei Yamaguchi eram freqüentemente tão jejum?? que até mesmo os professores de alto-posição às vezes tiveram dificuldade que leva o ukemi dele. Eu testemunhei sensei Yamada, sensei Chiba, pessoalmente o Takeda sensei, Endo, Shibata, Sasaki, e claro que Saotome que levarem ukemi de Yamaguchi. Até mesmo assistir estava temeroso e eu aprendi algo sobre um grau de intensidade que nós não temos em nossa prática hoje. Embora eu tivesse a oportunidade para levar muito ukemi de sensei Yamaguchi no próprio dojo dele, eu tinha menos chances na Honbu por causa do número de estudantes. Sensei tinha dois ou três estudantes a Honbu que levou noventa por cento dos ukemi. Em primeiro lugar, era Yasuno que era meu senpai igualam antes de ele entrasse em Honbu. Ele tinha estudado com Yamaguchi desde escola secundária e era muito forte e flexível.
Eu gostava de levar comovente ukemi rápido de sensei Yamaguchi na Honbu assim eu ficava tão atento quanto possível. Eu sabia que Sensei estava ligado nisto quando ele caminhava ensinando através de exemplos. No momento que minha atenção vagasse ele me chamaria. Eu devia saltar e atacar, como se minha vida dependesse disto. Eu adivinho que isto era parte do ensinamento de Yamaguchi sensei: Você deve estar sempre alerta e pronto. Todos meus dans vieram da Hombu. Eu quis receber grau diretamente de sensei Yamaguchi, mas ele insistiu que fosse formalmente pelo aikikai. Ele pensava em meu futuro, ele sempre quis apoiar a memória e o legado de O-sensei. Devido à popularidade dele e habilidade com estudantes estrangeiros e japoneses, pensavam as pessoas que sensei Yamaguchi poderiam começar a sua própria organização dele de aikido, contudo ele nunca teve esta intenção. Ele repugnou a idéia de poder individual e achava que todo o mundo deveria trabalhar junto até mesmo se tivessem diferenças de opinião.Ele não me permitiu ser áspero com meu juniors ou mole com os mais fortes que eu. Sendo um estrangeiro, havia algum deshi de uchi japonês que sentia ali era o lugar deles para me pôr em meu lugar. Em mais de uma ocasião, um indivíduo o levaria isto nele me dar um surrando severo. Às vezes eles usaria o truque de trazer suavemente ao tapete e na ultima hora esmagar embaixo abaixo. Eu não gostava de treinar com estas pessoas, contudo sensei Yamaguchi insistiram que eu não tivesse nenhuma tal preferência. Uma vez, eu estava treinando com uma menina jovem e parece eu a derrubei muito fortemente com um irimi nage. Yamaguchi gritou e as pessoas pararam e se sentaram em seiza. Ele mostrou para todo o mundo meu engano. Eu me senti muito pequeno.
No dojo de Shibuya quando o treino da noite terminava, todo o mundo mudaria a roupa veste e sentava ao redor de Yamaguchi sensei. Nós escutávamos mais do que falávamos. Se você entrasse na conversação, devia falar com precaução. Se falasse absurdos, Sensei riria na sua cara. Ele era um homem de experiência larga e estudo e teve condição de falar de quase qualquer tópico. Às vezes ele falaria para durante uma hora e alguns dos estudantes eram forçados a se desculpar educadamente para sair. Naquele momento, Yamaguchi sairia para passear, sempre com o cuidado dos mais antigos se levantarem primeiro e acompanharem. Sensei Yamaguchi não permitiram o treino áspero. Ele insistia que os estudantes tirassem a tensão do corpo inteiro e trabalhasse só para graça e efetividade durante princípio e técnica. Ele ensinou aquele poder era um imperativo, contudo deve ser poder total que incluiu músculo, mente, e ki que trabalham em harmonia.
Durante classe ele não explicava muito sobre a técnica, mas trabalhava pessoalmente com cada estudante. Porém, depois de classe ele amava sair para os cafés e beber café e fumar cigarro e conversar. Uma vez ele passou um dia inteiro depois da aula da manhã, indo de café em café e conversando. Ele se tornava tão interessado na conversação que ele não queria parar nada. Era durante estas vezes quando estava claro quanto que ele realmente amava estar com pessoas. Eu me lembro de uma ocasião logo antes de eu deixar o Japão. Nós estávamos num café e um dos estudantes perguntou o que eu faria quando eu voltasse à América. Eu disse que eu gostaria de ensinar Aikido. Sensei Yamaguchi falou, “Você gostaria de ensinar aikido? Você vai ensinar aikido!” Assim, apesar das muitas repreensões que eu recebi dele, durante os anos, ele apoiava desde o princípio meu sonho. Ele saiu do modo dele para ainda ser duro nos mais talentosos e seria muito íntimo com aqueles que eram menos sérios. Às vezes ele jogava o Takeda sensei muito duro e então caminhava como se dizer, “Sem truques!” Talvez Isto fosse difícil aceitar para alguém, como Takeda sensei que já era conhecido como um professor nivelado alto, contudo, Takeda posteriormente diria, sensei Yamaguchi” é um homem de grande fortaleza espiritual.” Os estudantes de sensei Yamaguchi foram para a América e tentaram ensinar o modo de sensei Yamaguchi de prática. Pela noite, após o treino ele lia, rindo basta te, as cartas deles nas quais eles disseram inevitavelmente como impossível era ensinar o aikido dele. Ninguém poderia entender ou poderia concordar com as técnicas dele que pareciam fluir tão sem esforço. Realmente não é nenhuma surpresa. Até mesmo os professores de alto posição de dojo de Honbu normalmente não puderam entender como sensei Yamaguchi era capaz de tão sem esforço o que ele fazia. Levar o ukemi dele era uma experiência indescritível. Ele tocava como uma pena, contudo você voaria fora seus pés como se você tinha sido batido por um tornado e tinha sido arremessado sobre o tapete como um saco de pedras.
Realmente é uma vergonha que seja pequena a documentação do aikido de Yamaguchi. Ele era, nos olhos da maioria do shihan de segunda geração, um gênio de Budo. Ele era um artista, mas também um homem de filosofia funda e convicção. Ele não seguiu nenhuma convicção religiosa rígida, contudo era um r estudante de Lao Tsu e da filosofia de yin e yang. O amor dele para a espada, junto com o visão de mundo dele e filosofia parecia ser o que formou a técnica compreensiva e precisa sem igual dele. Assistindo o aikido dele você poderiam ver a precisão e beleza de espada claramente. Ele nunca deu muita ênfase a repetição, mas bastante disse a pessoa deveria estar no momento e focaliza em cada movimento singular como se fosse a única coisa em existência. No dojo sensei Yamaguchi se parecia sempre um gigante. O ki dele pareciam estender em todos lugares. Quando ele caminhava sobre o tatami que ele levou uma autoridade inegável que não teve nada que ver com grau ou posição. A autoridade dele veio do próprio ego-conhecimento dele e da falta de presunção. Porém, na rua em roupas comuns ele era um homem comum. Ele vestia roupas confortáveis solto e nenhuma diferente que qualquer outro. Ele tinha quase 5 anos’ 6 ” alto, e ele pesou só 135 libras. Este parece pasmando totalmente como eu o vi lançar um estudante de sumo ao tapete uma vez.Quando ele caminhava na rua ele parecia muito alerta, contudo, completamente relaxado. Os braços dele penduraram livremente aos lados dele quando ele caminhou e olhou como se eles pesaram uma tonelada cada. Os olhos dele, um dos quais sempre foram fechados mais que o outro, olhou para você com grande intensidade. Quando ele sorria com um sorriso de orelha-para-orelha que parecia retratar o mesmo ki expansivo tão óbvio na técnica de aikido dele. Quando tal uma expressão veio adiante que estava claro que ele teve um grande calor de sentir e compaixão, apesar da exatidão habitual dele. Sensei era freqüentemente rodeado pelos devotos mais íntimos dele e ele parecia gostar que uma grande conversa e intercâmbio. Esses que estavam perto dele o amaram. Por exemplo, até mesmo grande professor de aikido no Japão ganha muito pouco dinheiro e tem uns fins de fabricação de tempo duros se encontrar. Ao término do ano era um costume entre os estudantes mais íntimos dele levar uma coleção e lhe trazer um “sackfull” de dinheiro ajudar com as despesas dele durante o ano a chegar. Era como se dizer, “Por favor, seja bem e continue nos ensinando por este ano novo.”
Durante meus últimos três anos no Japão, eu me mudei para Kamakura porque eu quis desfrutar lá a beleza. Durante aquele tempo minha comutação para trabalho e keiko foi invertida de Kamakura para Tóquio. Cada ano, eu ameacei voltar à América e cada ano os estudantes de dojo de Kamakura agiram à altura dos acontecimentos para me despachar fora com um andamento festa. Tornou-se uma piada barata porque repetidas vezes eu mudei minha idéia e ficava mais outro ano. Ao todo, eu fiquei no Japão durante dez anos sem retornar uma vez. Em todo caso, eu fazia a pergunta se eu deveria morar no Japão para o resto de minha vida. Eu tinha ficado bastante confortável lá, estudando Aikido com os melhores professores no mundo, ensinando inglês, e vivendo dentro da paisagem elegante e encantadora de Kamakura. Se eu não partisse logo eu ficaria para sempre e meu sonho de passar os ensinos que tinham sido dados a mim seria perdido. Finalmente depois que dez anos que eu voltei. Abri meu dojo em Brookline, Massachusetts e tenho ensinado lá desde então. Em várias ocasiões entre 1980 e 1990 eu visitei o sensei Yamaguchi, mas depois ficou muito difícil voltar. Os anos passaram e em janeiro fim 1996, nós soubemos que sensei Yamaguchi tinham falecido de repente no sono dele. Era um grande choque para todos que o conheceram. Ele tinha quase setenta anos, ainda inacreditavelmente jovem. O cabelo dele era ainda preto e ele se movia como um homem nos de trinta. Sensei nunca tinha sido um homem que comia muito, embora ele fosse bastante rígido sobre o que ele comia. Bebia uma única cerveja em ocasiões raras para ser sociável. Ele gostava de beber café, fumar cigarros, e falava tanto que eu penso que ele ficava freqüentemente todo o dia esquecendo de comer qualquer coisa ou nada de fato. Estes hábitos, durante anos, criaram uma ulceração no intestino dele. O doutor o aconselhou cortar o cigarro, e disse que se ele fizesse isto ele teria uma vida ativa durante outros vinte anos. Sensei Yamaguchi era, porém um homem que acreditou muito fortemente na ordem natural de coisas. Ele optou para se arriscar que talvez ele pudesse curar a situação ele. Me foi falado que na noite antes da morte dele ele participou de uma demonstração de aikido e terminou com um ataque de três ukes. Isto não era nada incomum para Sensei, contudo após a demonstração ele parecia estar com a respiração fraca e bastante incomodado. Recusou um passeio e sensei Yamaguchi disse que iria para casa da maneira dele e desapareceu na noite. Naquela noite, 24 de janeiro, ele morreu dormindo de hemorragia interna. Quando eu ouvi que sensei Yamaguchi tinha falecido eu senti um vazio profundo dentro de mim. Eu recebi tanto dele. Não só ele me ensinou aikido, mas até mesmo mais, ele me ensinou certa honestidade, integridade e respeito por vida. Em muitas formas ele era mais como um pai a mim do que um professor. Ele me deixou com uma visão e um sonho que eu ainda estou procurando hoje: a pesquisa adicional de aikido e tudo de suas muitas aplicações para nossa vida diária.


—Tradução livre por J.F. Santos do artigo de William Gleason Sensei

Feliz 2022

Chegamos ao final de 2021. Apesar dos desafios, que enfrentamos no ano, renovamos nossas esperanças. Por meio de novas amizades, novas promessas, boas realizações. Ou seja, evoluçao sempre. Fora, não foi bem assim. 2021 foi um ano difícil em diversas esferas. Econômica, política e humana. Na nossa vizinhança, no nosso município, estado, país… e no mundo. Para lidar com tudo isso, mais importante é termos boa forma, manter o prumo, a base e a nossa energia. Para nós, praticantes de Aikido, temos uma forma eficaz de lidar com esse mundo. Precisamos mais do que nunca manter nossos treinos. Dentro do possível. No dia a dia, no tatame, conseguimos energia, base, atenção para enfrentar tudo isso. Que 2022 seja melhor do que o ano que passa. O que não é difícil. Que sejamos fortes e embasados pelo aikido para lidar pessoalmente com todo esse cenário; e se possível ajudar com nossa força tantos que precisam nestes tempos de batalhas e guerras sem fim. Sejamos guerreiros que auxiliam e servem. Como o samurai.